Termotécnica Para-raios

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Equipotencialização indireta de partes metálicas da instalação

A equipotencialização é um conjunto de medidas para limitar as diferenças de potencial criadas por descargas atmosféricas nas instalações à níveis que possam ser suportáveis pelos componentes destas instalações, incluindo seus equipamentos, e também servem para reduzir o risco de choque elétrico. A equipotencialização consiste basicamente da interligação entre partes metálicas das instalações e destas ao Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), direta ou indiretamente (através de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) ou centelhadores de separação), envolvendo massas metálicas de equipamentos, condutores de proteção, malhas de condutores instaladas sob ou sobre equipamentos sensíveis, blindagens de cabos e condutos metálicos, elementos metálicos estruturais e tubulações metálicas entre outros.

A ABNT NBR 5419:2015 atribui à equipotencialização os seguintes objetivos:

  1. Medidas de proteção para reduzir danos às pessoas devido ao choque elétrico;
  2. Medidas de proteção para redução de danos físicos;
  3. Medidas de proteção para redução de falhas dos sistemas elétricos e eletrônicos.

A equipotencialização é necessária para todas as instalações existentes em uma edificação. Novamente, seu objetivo é reduzir as diferenças de potencial criadas pelas descargas atmosféricas, entre a edificação e a origem dos sistemas de serviços públicos que fornecem energia, telecomunicações, água, esgoto ou gás para elas. A mesma equipotencialização fará esta mesma função, reduzir as diferenças de potencial, que por ventura apareçam entre partes internas da instalação, como entre painéis, estruturas metálicas da edificação ou condutores normalmente energizados.

Exemplo de aplicação da abraçadeira DEHN Tel 423029 para equipotencialização de tubulações metálicas
Figura 1 – Exemplo de aplicação da abraçadeira DEHN Tel 423029 para equipotencialização de tubulações metálicas

Para as estruturas metálicas da edificação normalmente não energizadas a equipotencialização deverá ser realizada através de condutores metálicos de baixa impedância, através do caminho mais curto e retilíneo possível (Figura 2).

Equipotencialização de tubulações metálicas
Figura 2 – Equipotencialização de tubulações metálicas

Para os condutores normalmente energizados e para algumas outras situações específicas, ela deverá ser executada através de DPSs ou centelhadores de separação (Figura 3). O uso de DPSs deve-se ao fato de que condutores normalmente energizados não podem ser equipotencializados através de um cabo ou uma barra, para evitar um curto circuito. Centelhadores de separação para ligações equipotenciais são utilizados para a proteção de juntas de isolamento elétrico em tubulações metálicas, como adutoras, oleodutos e gasodutos, principalmente em sistemas de proteção catódica, tanques de armazenamento de combustíveis, silos de armazenamento de grãos, pontes e torres metálicas de linhas de transmissão.

Figura 3 – Centelhador de separação para juntas isolantes

A equipotencialização através de DPSs ou centelhadores de separação segue os mesmos princípios da equipotencialização direta através de condutores. A única diferença é que enquanto na equipotencialização direta a ligação será permanentemente de baixa impedância (tabelas I e II), na indireta o estado normal será de alta impedância, alternando para baixa impedância quando a diferença de potencial entre estas mesmas partes metálicas, exceder determinado valor pré-fixado.

Através de centelhadores de separação, é possível interligar sistemas de aterramento que por algum motivo não podem estar diretamente conectados permanentemente, mas que durante a ocorrência de uma descarga atmosférica na edificação deverão estar unificados.

O objetivo da equipotencialização será sempre oferecer um caminho seguro para as correntes que possam surgir através da diferença de potencial entre partes da instalação, causadas por descargas atmosféricas. Caso a equipotencialização não tenha sido providenciada, ou tenha sido executada de forma incorreta, poderão ocorrer centelhamentos perigosos ou correntes elétrica poderão passar pelo corpo humano, por partes vulneráveis da edificação ou através de equipamentos eletroeletrônicos.

Devido à sua eficácia, a equipotencialização deve ser um dos primeiros pontos a ser compreendido quando se começa a trabalhar com a proteção contra descargas atmosféricas. Ela está presente no SPDA, parte 3 da ABNT NBR 5419:2015, e faz parte das Medidas de Proteção contra Surtos (MPS), parte 4 da mesma norma. Muitos profissionais tentam especificar os DPSs em um projeto sem terem o conhecimento necessário do que é a equipotencialização, o que acaba prejudicando o seu trabalho.

Tabela I: Dimensões mínimas dos condutores que interligam diferentes barramentos de equipotencialização (BEP ou BEL) ou que ligam essas barras ao sistema de aterramento, (Baseada na norma ABNT NBR 5419-3:2015)
Tabela II: Dimensões mínimas dos condutores que ligam as instalações metálicas internas aos barramentos de equipotencialização (BEP ou BEL). (Baseada na norma ABNT NBR 5419-3:2015)

* Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista, membro da comissão de estudos CE 03:64:10, do CB-3 da ABNT e instrutor do curso de Medidas de Proteção contra Surtos (MPS) da Termotécnica Para-raios.

A Termotécnica Para-raios possui a abraçadeira inox para aterramento de massas metálicas (Tel 423029) fabricada pela marca alemã DEHN. Essa solução permite realizar as equipotencializações de forma regulável e sem perfurações de tubulações metálicas com diâmetros entre Ø 60 e 150 mm. Além disso, a abraçadeira é certificada conforme a norma IEC 62561-1, sendo capaz de conduzir correntes de raio (onda 10/350µs) de até 100 kA. Baixe o catálogo e confira esta e outras soluções de alto impacto para o seu projeto.

26 comentários em “Equipotencialização indireta de partes metálicas da instalação

    1. Olá, Victor Faria!

      A Termotécnica Para-raios possui diferentes soluções para o aterramento dessas massas metálicas. Por existirem formas variadas de instalar as linhas de vida, precisamos entender melhor qual é a sua situação para indicar a solução mais adequada.

      Geralmente, quando as linhas de vida estão instaladas nos telhados das edificações, as suas colunas de sustentação são soldadas nas treliças metálicas, então, se a treliça já estiver aterrada, não há necessidade de equipotencializar a linha de vida diretamente.

      Por favor, envie um e-mail para o [email protected] com uma foto ou mais informações para que possamos indicar a melhor alternativa.

  1. BOA TARDE,
    A LINHA DE VIDA, PODE FAZER PARTE DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO, SENDO TODOS SEUS COMPONENTES ( SUPORTE, CABOS DE AÇO ETC) COM DIMENSÕES QUE ATENDAM A NORMA?

    1. Olá, Leonel Roma!
      O recomendável é que a linha de vida não seja utilizada como componente do SPDA e ainda seja incluída sob o volume de proteção do subsistema de captação, para evitar o risco de danos associados ao impacto direto de descargas atmosféricas, que podem comprometer a funcionalidade de equipamento de segurança.

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