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Orientações para dimensionamento da malha de aterramento do SPDA

Dimensionamento da malha de aterramento

O Aterramento é um dos subsistemas do PDA mais polêmicos e que gera bastante discussão entre Engenheiros e Projetistas, já que cada projeto possui uma especificação que depende muito da localização, concentração de pessoas e do tipo da estrutura. A utilização deste subsistema pode ser necessária para o SPDA, subestações, linhas de transmissão e distribuição, segurança pessoal, drenagem de estática e outras.

Sua principal função no sistema de proteção é canalizar as cargas elétricas recebidas na edificação e dissipá-las no solo. A descarga atmosférica acarreta um impulso de corrente da ordem de dezenas a centenas de kA (KiloAmpères), por milionésimos de segundos, podendo causar sérios danos caso não seja conduzida de forma segura para o solo, além das tensões de passo e toque. Para um bom dimensionamento da malha de aterramento (classes I e II), é imprescindível a execução prévia de uma prospecção da resistividade de solo por meio de aparelhos tipo Terrômetros. Esta prospecção – para as classes I e II – ​tem como objetivo estratificar o solo em camadas e permitir o correto dimensionamento do eletrodo de aterramento.

Figura 1 – Solo real (a) e solo estratificado (b)

Para que o aterramento cumpra a sua função com propriedade, precisa ser ​corretamente dimensionado para que não ocorra prejuízos irreversíveis em função das descargas diretas ou indiretas recebidas na edificação​​. É por considerar muitos fatores em seu dimensionamento que diversos cuidados devem ser tomados para atingir o objetivo do projeto com eficiência e segurança. De um modo geral, em relação ao projeto, execução e fiscalização destacamos algumas orientações a seguir:

  • Projeto – Precisa ser realizado por com uma empresa idônea, especializada e que possui o devido conhecimento da norma da ABNT NBR 5419/2015 para projetar a melhor solução de proteção e aterramento em função da disponibilidade física e dos recursos disponíveis, otimizando assim os custos de implantação.
  • Execução – Deve ser realizada por empresa especializada, utilizando sempre os materiais indicados no projeto em conformidade com ​as ​norma​s​, extinguindo de suas instalações cabos comerciais, hastes de baixa camada, conexões mal feitas e etc.
  • Fiscalização – Esta é a parte em que será possível avaliar ​a compatibilidade do projeto com a instalação, garantir que os materiais usados são normalizados e se estão de acordo com a especificação do projeto, garantindo assim o sucesso da instalação.
O setor de Engenharia da Termotécnica Para-raios oferece todos estes serviços.
Para saber mais, clique aqui 

Tipos de Aterramento

Aterramento

No sistema estrutural, o aterramento pode ser formado por sapatas, colunas, baldrames, estruturas de aço contidas nas fundações e ainda, pode ser considerado no projeto, a utilização de Re-bars e Aterrinserts® como métodos de acesso ao concreto armado da edificação, possibilitando ensaios de continuidade elétrica, aterramento de massas metálicas e interligação com os barramentos de equipotencialização.

Na impossibilidade do aproveitamento das armaduras das fundações, o arranjo consiste em utilizar o condutor em anel, externo a estrutura a ser protegida, em contato com o solo por pelo menos 80% do seu comprimento total, ou elemento condutor interligando as armaduras descontínuas das fundações (sapatas). Embora 20% do eletrodo convencional possa não estar em contato direto com o solo, a continuidade elétrica do anel deve ser garantida ao longo de todo o seu comprimento.

Componentes

Nos casos de aterramento externo, é recomendado a haste de alta camada, com 254µ de cobertura de cobre, sobre uma barra redonda de aço (NBR 13571), as quais deverão ser cravadas ao solo propiciando o aumento do comprimento do eletrodo de aterramento e reduzindo riscos pessoais. Estes eletrodos de aterramento, ​tipo haste, ​podem ser introduzidos na posição vertical ou inclinado.

Um adendo importante, é que a utilização de hastes de alta camada (254µ) prolongam a vida útil do SPDA. O mesmo não acontece com a haste de baixa camada onde a cobertura de cobre não atende à medida dos 254µ. Para saber se a Haste é alta camada, basta observar se a mesma possui a gravação 254µ NBR 13571 em baixo relevo.

Além das hastes de alta camada, também são utilizadas nesse processo, os cabos de cobre nu de no mínimo 50mm². Este tipo de cabo por exemplo deve possuir 7 fios com 3,00mm de diâmetro cada fio, além das soldas exotérmicas que possuem variados modelos de conexão, e quando bem executados, possibilitam a perfeita ligação dos eletrodos de aterramento.

Todos os componentes do SPDA devem suportar os efeitos eletromagnéticos da corrente de descarga atmosférica e esforços acidentais previsíveis sem serem danificados. Devem ser fabricados com os materiais listados na tabela 5 da NBR 5419/2015 ou com outros tipos de materiais com características de comportamento mecânico, elétrico e químico (relacionado à corrosão) equivalente. A NBR 5419/2015 parte 3, tabela 5, apresenta de forma detalhada os materiais para SPDA e condições de utilização, e na tabela 7 da mesma parte, as dimensões mínimas de eletrodo de aterramento.

Tabela 5

Instalação dos eletrodos de aterramento

O eletrodo de aterramento em anel deve ser enterrado na profundidade de no mínimo (05,m) e ficar posicionado à distância preferencialmente de 1m afastada das paredes externas da estrutura de maneira a permitir sua inspeção durante a construção. A profundidade de enterramento e o tipo de eletrodo de aterramento devem ser constituídos de forma a minimizar os efeitos da corrosão, e os efeitos causados pelo ressecamento do solo e assim, estabilizar a qualidade e a efetividade do conjunto.

Em relação a execução das soldas exotérmicas, o ponto de atenção principal é com relação ao vazamento do material que pode provocar perdas do componente, aumentando o risco de acidentes. Esse tipo de problema pode ocorrer com mais frequência quando é utilizado cabos e/ou as hastes não normalizados, aumentando assim, a chance do material vazar pela folga provocada pelos elementos fora de norma.

Com todos estes esclarecimentos, é importante mencionar que todo e qualquer serviço contratado, seja de instalação, projeto ou vistoria precisa ser realizado por profissionais com alto grau de entendimento das recomendações das normas, para que sejam evitados retrabalhos e reembolsos. A Termotécnica Para-raios oferece aos seus clientes um suporte gratuito, além de um catálogo completo de materiais em conformidade com a norma da ABNT NBR5419/2015.

213 comentários em “Orientações para dimensionamento da malha de aterramento do SPDA

  1. Bom dia Nikolas.

    Estou executando um serviço de SPDA em uma edificação antiga, onde já existe a malha de aterramento construída, interna a edificação. Cabo nu 50mm enterrado a 70cm de profundidade, até aí tudo ok, porém em um das das laterais da edificação o cabo está afastado cerca de 4 metros de distância da parede da edificação, tendo em vista que nessa lateral não foi possível afastar 1m da parede por que tem muitas interferências de casa de máquinas, sala de TI, subestação, consultório, etc. É uma edificação comercial.
    Gostaria de saber se posso manter esse afastamento de 4m da parede e se a norma permite esse distanciamento.

    Por favor confirmar.
    Obrigado!

  2. Para edificações Classe III e IV podem ser utilizado para o Subsistema de Aterramento apenas Hastes de Aterramento de 5m (sem possuir anel) conforme Figura 3 da NBR 5419-3:2015?

    1. Olá Bruno,

      Não! A norma sempre recomenda a construção do eletrodo de aterramento na forma de anel contínuo. O aterramento feito unicamente por hastes isoladas nas descidas proporcionará um alto risco aos ocupantes da edificação, devido ao aumento nas tensões de passo e toque no interior da mesma.

    1. Olá Vinicius,

      Você somente deverá adotar essa medida quando a janela metálica estiver a uma distância menor que a distância de segurança ‘s’ calculada no ponto. Nesta ocasião, ela deverá ser interligada ao subsistema de descida e às ferragens da laje. Somente assim os riscos aos ocupantes serão toleráveis.

      Caso a janela esteja a uma distância superior a distância de segurança ‘s’, a ligação equipotencial da mesma deverá ser feita nos barramentos de equipotencialização (BEP ou BEL).

  3. Boa Tarde Nikolas,

    Estou realizando a SPDA de Unidade Básica de Saúde, o cliente quer que realize a malha de aterramento ao redor da unidade, porém a UBS é parede com parede com outra Edificação nesse caso, como realizar a melhor pratica de aterramento ?
    E o cliente não quer que utilize aterramento internamente, por causa da tensão de passo e toque.
    Att,Vinicius

    1. Oi Vinicius,

      A melhor prática será sempre seguir os conceitos normativos. Você pode tentar verificar se as fundações desta UBS estão contínuas eletricamente, para aproveitá-las como componentes naturais do sistema. Caso não estejam, ou você faz a malha externa (o que aparentemente não é possível devido as limitações da edificação) ou faz a malha interna e adota medidas contra tensões de toque e passo.

      Eu entendo o receio do cliente quanto ao uso da malha interna, porém esta solução me parece ser a única possível para este caso. Quanto aos riscos, fique tranquilo, se adotar corretamente as medidas recomendadas no item 8 da parte 3 da NBR 5419 as chances de um acidente serão praticamente nulas.

      1. Muito Obrigado Nikolas.
        Muito Esclarecedor essas dúvida, pois muitos prédios/instalações as condições não são favoráveis para uma boa pratica entre tensão de toque e passo, e fazer um aterramento com distanciamento ideal .
        Obrigado

  4. Bom dia. Gostaria de saber se posso fazer a interligação das malhas de aterramento do spda por via aérea e depois descer para as hastes?

    1. Oi Julia,

      Estou entendendo como ‘interligação por via aérea’ da malha como sendo a confecção do anel acima do nível do solo e, sendo assim, esta é uma instalação inadequada.

      O objetivo da malha de aterramento é melhorar a dissipação da energia do raio no solo ao mesmo tempo em que reduz a níveis toleráveis os riscos para tensões de passo e toque no interior da estrutura. Por essa razão, a mesma deve ser sempre enterrada a no mínimo 50 cm de profundidade.

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