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Os cuidados na fixação dos condutores de um SPDA

A instalação dos elementos que compõem o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) exige vários cuidados para atender às exigências da ABNT NBR 5419:2015 (veja a figura 1). Temos um condutor em cabo de cobre nu, instalado diretamente sobre um rufo metálico em aço galvanizado. O cabo de cobre causou a oxidação do rufo metálico, com o auxílio do acúmulo de água entre os dois condutores. Esta combinação causou uma pilha galvânica, danificando, significativamente, o rufo que teria a função de impedir que a água penetrasse na alvenaria da platibanda e consequentemente, infiltrações na estrutura.

Figura 1 – Cabo de cobre oxidando o rufo de aço galvanizado.

Quando estamos dimensionando um SPDA, pensamos nos elementos e componentes do sistema e às vezes esquecemos da estrutura que irá recebê-los. A Figura 1 é um caso que ilustra esta situação. Neste caso, deveria ser observado o contato direto do cabo com o rufo – ou afastando o cabo do rufo, conforme mostra a Figura 2, ou utilizar um condutor, por exemplo, aço galvanizado a quente, que possa ficar em contato direto com o rufo.

Figura 2 – Cabo de cobre afastado do rufo metálico.

Uma outra alternativa é a fixação através de colagem. Normalmente, os condutores do SPDA ficam sobre as platibandas, que conforme vimos, são protegidas neste ponto contra infiltrações. Ora, se perfurarmos esta proteção para a fixação dos condutores do SPDA, poderemos causar uma infiltração e gerar um enorme problema para o cliente e, por consequência, para os responsáveis pela instalação. Neste caso, colar a fixação dos condutores é uma alternativa disponível no mercado e elimina o risco de infiltração. Na Figura 3, podemos observar a fixação através de cola sobre uma platibanda. A cola fica dentro do “cone”, que é responsável por interligar o condutor à estrutura metálica do rufo.

Figura 3 – Fixação através de colagem em platibanda.

O mesmo vale para a fixação dos condutores em telhas. A alternativa de fixação dos condutores tendo que perfurar as telhas acarreta o mesmo problema de infiltração do caso anterior, platibandas. A fixação através da colagem também é uma alternativa de contorno para este problema. A Figura 4 ilustra a fixação através de colagem de um condutor em aço galvanizado a fogo a uma telha de fibrocimento.

Figura 4 – Fixação através de colagem em telha de fibrocimento.

Para a fixação dos condutores por meio de colagem, é necessário que a cola suporte as intempéries no local da aplicação, como umidade, temperatura e raios ultravioletas. Também tem que ser capaz de suportar os esforços mecânicos exigidos aos condutores. Esforços estes causados pelas descargas atmosféricas ou pela necessidade de se tensionar os condutores, por exemplo.

A aplicação da cola também exige cuidado. Há no mercado colas destinadas para superfícies lisas e outras para superfícies porosas. Elas devem ser aplicadas em superfícies livres de poeira, óleos, graxas e outras impurezas. Além disso, a superfície onde a cola será aplicada deve também suportar os esforços mecânicos solicitados. Ou seja, se colarmos sobre um reboco frágil, por exemplo, a cola não irá se desprender do reboco, mas o reboco poderá se desprender da parede, danificando a fixação e a parede.

Publicado na Revista O Setor Elétrico – Janeiro de 2017
* José Barbosa de Oliveira é engenheiro eletricista e membro da comissão de estudos CE 03:64:10, do CB-3 da ABNT.

A Termotécnica Para-raios possui um completo catálogo de materiais para SPDA que contempla as soluções de fixação através de colagem (em superfícies lisas ou porosas) como as apresentadas no artigo. Clique para baixar o catálogo e conferir estas e outras soluções de alto impacto para o seu projeto.

78 comentários em “Os cuidados na fixação dos condutores de um SPDA

  1. Boa tarde.

    Me deparei com um sistema de SPDA onde os condutores da malha de captação foram pintados com tinta asfaltica para impermeabilização.
    Nunca tinha visto algo parecido.
    Sei que barras chatas podem ser pintadas desde que a tinta não tenha na sua composição materiais combustíveis.
    Minha dúvida é se esse procedimento de pintar com tinta asfaltica para impermeabilização condutores de cobre nu é aceitável.

    Obrigado.

    1. Olá Eduardo,

      Se a espessura desta tinta for inferior a 1 mm, não será considerada uma isolação elétrica para as correntes impulsivas. Neste caso, como o objetivo desta pintura é impermeabilizar a superfície, quando ocorrer uma descarga atmosférica no SPDA ocorrerá o derretimento desse revestimento e, possivelmente, se terá infiltração na edificação. É preciso analisar também se essa tinta não é inflamável, pois descargas atmosféricas geram pontos quentes e que podem levar a ignição e incêndio nesta cobertura.

  2. Boa tarde, existem barras chatas de alumínio fixadas na vertical da platibanda, na parte interna à cobertura (terraço). É possível revestir essa alvenaria com porcelanato para que essas barras não fiquem à vista? Ou seja, em parte do trajeto, as barras teriam um porcelanato sobre elas.
    Obrigada!

    1. Olá Eliza,

      O alumínio não pode ser enterrado ou embutido em nenhuma hipótese, pois essa ação acelera sua degradação. Você pode utilizar barras chatas de aço galvanizado a fogo para essa operação, já que estas podem ser embutidas.

      Somente poderão ser embutidos os materiais de descidas e aterramento. Caso essas barras estejam em um local sujeito ao impacto direto do raio, precisam ficar expostas a atmosfera ou o raio causará a remoção deste acabamento.

  3. Olá gostaria de saber se pode pintar a barra chata? Utilizada tanto para captação quanto descida?

    Outra dúvida, em locais onde não é possível fazer a malha de aterramento no solo, posso usar no “rodapé” com fita de alumínio? E conectar as hastes no solo? É um local antigo todo concretado e um concreto grosso

    1. Olá Larissa,

      As barras chatas podem sem pintadas sem problemas, desde que a tinta não seja feita a partir de materiais prontamente combustíveis.

      Sobre a malha de aterramento, embora a normativa permita 20% da malha acima do solo, o alumínio não é permitido neste subsistema e, portanto, o uso da fita de alumínio é incorreto. Ressalto também que o concreto ‘grosso’ não é uma impossibilidade para execução da malha enterrada, visto que é possível quebrá-lo e recompô-lo (apesar dos custos elevados).

  4. o uso das barras chata de aluminio, dão a proteção necessária ao para-raio?
    no caso de edificação que não tem espaço em suas laterais, divisa com outros edificios,
    podemos executar a malha interna?
    no caso só tem espaço na frente.

    1. Olá pauloresquerdo,

      A barras de alumínio de 70 mm² conseguem garantir a segurança necessária requerida pelo SPDA, desde que não sejam enterradas ou embutidas. A Termotécnica Para-raios recomenda sua utilização devido ao baixo custo e facilidade de instalação.

      Edificações que não possuem espaço em suas laterais podem adotar duas alternativas para instalação da malha de aterramento:
      – Checar as ferragens estruturais das fundações e vigas baldrames em busca de continuidade elétrica, adotando o sistema natural;
      – Instalar as descidas internas na edificação, com a adoção das medidas de proteção contra tensão de toque e passo.

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