TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS
No podcast de hoje, nosso objetivo é orientar você na compra de cabos de Cobre nu, fique atento às dicas para evitar ser enganado pelos chamados “cabos comerciais”. Eu sou Normando Alves e seja muito bem-vindo.
Todo equipamento, peça ou acessório que seja fabricado deve obedecer a uma regulamentação, a fim de garantir a qualidade, a segurança e a eficiência deste produto. No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é o órgão oficial responsável para a realização destas regulamentações. Existem diversas normas de fabricação para cabos, entretanto, com a finalidade de proteção contra descargas atmosféricas, as mais utilizadas são a NBR 6524 e a NBR 5419. A primeira delas, especifica as condições e requisitos para a fabricação e recebimento dos cabos, bem como suas classificações e dimensões. Já a NBR 5419, na parte 3, apresenta quais deverão ser os requisitos mínimos para os cabos. Suas tabelas descrevem algumas características básicas que devem ser atendidas, como por exemplo área da seção nominal, o número de fios e diâmetro de cada fio. Comparando estas duas normas, a classe que melhor atende o SPDA é classe a 2A, que abrange os cabos de cobre nu, meio duro, com 7 fios.
Por mais que a NBR 5419 não deixe explícito a quantidade de fios no cabo, isto fica claro com uma simples conta matemática. Basta calcular a área de um fio com 3mm de diâmetro e multiplicar por 7 fios. O valor encontrado será 49,50mm², ou seja, estará dentro da tolerância de 2% que a norma permite. Por outro lado, se multiplicarmos essa área por 19 fios, encontraremos um valor aproximado de 134mm², ou seja bem acima dos 50mm² que é o mínimo recomendado pela norma.
Um outro grande motivo para não utilizarmos estes cabos comerciais, está diretamente ligado ao local que serão aplicados. Existe uma falsa ideia de que por terem 19 fios, os cabos serão mais resistentes às intempéries. Esta alegação é completamente incorreta, uma vez que, na realidade, os fios nos cabos comerciais possuem diâmetro muito inferior ao recomendado pela norma e por isto, são mais frágeis aos efeitos mecânicos e eletroquímicos do ambiente onde serão instalados, consequentemente, possuem menor vida útil.
Sempre que o projetista identificar que o ambiente é agressivo ou controverso a aplicação dos cabos de cobre nu, o correto é aumentar a seção transversal ou alterar o material do condutor para outro mais resistente, como o aço inox por exemplo. Estas soluções são as únicas aceitas pelas normas vigentes e que garantem a eficiência dos cabos no SPDA, em nenhuma hipótese é permitido aumentar o número de fios destes condutores.
Para evitar que os cabos em conformidade com a norma sejam trocados por aqueles chamados comerciais, é necessário que o projetista faça uma descrição completa do cabo ao especificá-lo no projeto, informando o diâmetro, formação dos fios e a norma que este produto deverá atender. Ademais, é importante que o comprador também tenha conhecimento sobre a comercialização inadequada destes cabos, assim como o responsável pelo recebimento dos materiais na obra.
Dois passos significativos para reconhecer se um cabo está apto ou não para aplicação no SPDA: Contar o número de fios e realizar a medição do diâmetro de um destes com o auxílio de um micrômetro digital, por exemplo. Sempre devemos nos guiar pela recomendação da NBR 5419/2015, ou seja, cabos de 35mm² devem ter 2,5mm de diâmetro em cada fio e cabos de 50mm² devem ter 3mm de diâmetro em cada fio. Lembrando que nos dois casos, a formação será de no máximo 7 fios.
Sempre utilize materiais normatizados e que possuam garantia de qualidade. Na dúvida, consulte a nossa engenharia de vendas ou nosso suporte técnico. Na Termotécnica Para-raios você também encontra serviços como projetos, consultorias, acompanhamentos de obras e cursos de SPDA e medidas de proteção contra surtos.
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