TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS
Em um projeto de SPDA e MPS, o primeiro passo é fazer os cálculos do gerenciamento de risco. Nas grandes edificações ou locais com áreas críticas, um cálculo que considere toda a edificação em uma mesma zona de proteção contra raios, pode levar a custos de implantação elevadíssimos. Eu sou Nikolas Lemos e no episódio de hoje falaremos como dividir a edificação de modo a melhorar os custos de projeto e implantação!
Um caso comum em que podemos otimizar a proteção é o de um condomínio residencial com várias edificações. Suponha que esse condomínio é composto por 4 torres altas de apartamentos, salão de festas, área gourmet, portaria, quadra e piscina. Ao fazer o gerenciamento de risco para o condomínio, o projetista pode encontrar a necessidade de um SPDA com nível III ou IV. Só que do ponto de vista prático, não faz sentido precisar de um SPDA para uma edificação muito pequena, baixa e que esteja situada bem ao lado de uma grande torre protegida.
Por isso, a norma permite que se faça os cálculos do gerenciamento de risco de forma separada, levando em consideração cada estrutura individualmente. Nessa situação, o mais provável é que apenas as torres precisarão de SPDA e MPS, enquanto nas edificações menores bastarão as MPS. Embora isso represente um trabalho adicional para o projetista, nos custos finais do projeto essa economia de materiais e mão de obra poderá ser significativa. De modo geral, podemos considerar um gerenciamento de risco para cada cobertura, mas vão existir casos onde precisaremos ir além desse conceito, como por exemplo uma planta de hospital ou uma indústria com uma pequena área classificada.
Imagine que você foi encarregado de fazer a proteção em um prédio hospitalar, com blocos cirúrgicos e UTI. Durante os cálculos você encontra a necessidade de adotar um SPDA e MPS com nível I de proteção. Para as áreas como UTI’s e blocos cirúrgicos, esse nível de proteção é justificável, já que ali teremos pessoas com dificuldade de locomoção ou com risco à vida iminente. Entretanto, para os quartos, corredores, recepção e etc, que são a maior parte de um prédio hospitalar, esse nível pode ser otimizado, já que por alí os critérios não precisam ser tão rigorosos. A maneira de melhorar o gerenciamento de risco de uma estrutura é dividi-la em zonas, baseadas no seu tipo de aplicação, layout, dificuldade de evacuação, existência de sistemas de combate a incêndio e demais equipamentos internos.
Por isso, podemos dividir o hospital do exemplo nas seguintes zonas internas:
- Zona A, representando as áreas externas e comuns, como recepção, administração, copas, salas de reunião, estacionamento, jardins, etc.
- Zona B, representando os quartos e corredores.
- Zona C, representando os blocos cirúrgicos.
- Zona D, representando os leitos de UTI.
Não existe um limite para essa divisão, mas é recomendado que não seja superior a 5, pois além de gerar um trabalho muito maior, aumentam as chances de erros.
Com a divisão interna por zonas, podemos considerar valores diferentes para os tipos de pisos do local, os tipos de DPS que serão instalados ali, se existirão blindagens, qual a verdadeira finalidade do ambiente, a quantidade de pessoas e seus tempos de exposição na zona, além dos valores econômicos envolvidos. Estes parâmetros são importantes na definição do risco de cada zona. Uma consequência direta dessa divisão será a redução do nível de proteção de alguns locais. Por exemplo, a recepção pode trocar do Nível de Proteção I para o Nível de Proteção IV, que exige componentes significativamente mais baratos, como os DPS.
Em indústrias com áreas classificadas é a mesma coisa! Podemos isolar a região potencialmente perigosa do restante da edificação, fazendo dois gerenciamentos e garantindo uma proteção otimizada para cada região.
Mas atenção! Essa ação de dividir a edificação em zonas internas deverá ser feita por profissionais que já dominem os cálculos do gerenciamento de risco e tenham bastante experiência na área de SPDA e MPS. É preciso que esse profissional também tenha um bom conhecimento do local onde será feito o projeto e, por isso, é necessário que ele faça uma visita presencial e converse com o administrador para descobrir particularidades que normalmente não são vistas nas plantas baixas ou fotos. Com isso, pode ser que os custos para a elaboração do projeto acabem saindo um pouco mais caros que o normal, entretanto, eles serão generosamente compensados durante a implantação do sistema otimizado.
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