TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS
Certamente você já deve ter ouvido falar nos níveis de proteção do SPDA. Mas você sabe como eles influenciam no dimensionamento do sistema e das MPS? Hoje, abordaremos esse tema no nosso TelCast, eu sou Nikolas Lemos e seja muito bem-vindo!
A NBR 5419 estabelece uma série de parâmetros relativos às descargas atmosféricas, condensados dentro dos níveis de proteção. Esses níveis variam de 1 a 4, sendo o nível 1 o mais rigoroso. Basicamente, o nível de proteção considera as intensidades das corrente de raios que esperamos receber na edificação. Com base nisto, dimensiona o SPDA para captar e escoar essa energia no solo e dita os parâmetros para a proteção dos equipamentos elétricos.
Por exemplo, para edificações com nível 4, esperamos receber raios com valores de corrente entre 16 kA e 100 kA. Isso não quer dizer que não possa cair um raio com valores maiores ou menores do que estes. Porém, estatisticamente falando, a probabilidade seria de 5% e, mesmo que ocorresse, os danos seriam considerados toleráveis pela norma. Em edificações com nível 1, por exemplo, esperamos receber raios com valores de corrente entre 3 kA e 200 kA. O valor máximo e mínimo varia justamente para aumentar ainda mais a amplitude de proteção. Dessa forma a probabilidade de que ocorra uma descarga fora dos parâmetros dimensionados será de 2%.
Com base no valor máximo de corrente é possível dimensionar DPSs, condutores e chapas metálicas. Além disto, este valor também é importante para definir a distância de segurança contra centelhamentos perigosos e parâmetros de ensaios que simulam os efeitos das descargas atmosféricas sobre componentes do sistema. Mas por que a preocupação com os raios de menor valor de corrente, como os de 3 kA, por exemplo? Um sistema projetado para um raio de 16 kA, como no caso do nível 4, não seria suficiente para contê-los?
Do ponto de vista da proteção dos equipamentos elétricos, sim! Um DPS projetado para 16 kA é capaz de desviar um surto de 3 kA. Porém, do ponto de vista da proteção da estrutura, um sistema preparado para descargas com 16 kA, pode não ser capaz de projetar líderes ascendentes para captar raios de 3 kA. Essas descargas de baixa intensidade costumam chegar muito próximas ao solo e, mesmo não sendo capazes de causar danos em estruturas, são fatais para seres humanos e animais. Sendo assim, mesmo existindo um SPDA, existiria a possibilidade de que o raio atingisse a estrutura, devido ao longo espaçamento entre os seus elementos captores. Isso explica exatamente o motivo de serem considerados diferentes raios de esfera rolante para cada nível de proteção, segundo a NBR 5419-3:2015.
Todos parâmetros do SPDA são dimensionados com base no nível de proteção, seja a captação, as descidas, a malha de aterramento ou as ligações equipotenciais. Não existe nenhum problema, do ponto de vista técnico, em dimensionar um SPDA com nível de proteção mais rigoroso, ele apenas será superdimensionado e consequentemente mais caro do que o nível calculado. O que não pode ser feito é um subdimensionamento, ou seja, utilizar um nível menor do que o especificado, pois estaríamos expondo a instalação a riscos e danos premeditados.
No geral, um bom SPDA começa pelo correto dimensionamento e é somente através do cálculo do gerenciamento de risco da edificação que conheceremos o nível de proteção adequado. Continue ligado em nosso canal TELCast para ouvir outras dicas como essa!
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