Como diferenciar os termos técnicos de um DPS de energia?

TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS

Seja muito bem-vindo ao nosso TELCast! Eu sou Nikolas Lemos e hoje falaremos sobre os diferentes termos que aparecem nas fichas técnicas dos DPS.

Sempre que precisamos proteger um equipamento contra os efeitos indiretos causados pelas descargas atmosféricas, a utilização de dispositivos de proteção contra surtos, ou DPS, acaba sendo uma ótima alternativa. Para fazer a correta especificação destes protetores é necessário saber comparar os diversos modelos existentes no mercado. Isso implica ter pleno conhecimento dos termos e parâmetros que compõem as descrições técnicas de um DPS.

Podemos definir como principais os termos referentes a tensão, corrente nominal, vida útil e fusível de backup requerido. Tendo conhecimento sobre eles é possível dimensionar e comparar qualquer modelo disponível no mercado. É por isto que falaremos um pouco mais sobre cada um deles a seguir.

O termo Uc representa a máxima tensão de operação contínua, ou seja, o valor máximo que a tensão da rede pode chegar, em regime permanente, sem que o DPS atue. Seu valor é regulamentado tanto pela NBR 5419 quanto pela NBR 5410 e, de um modo geral, deve ser no mínimo 1,1 vezes a tensão fase-terra da linha. Quanto maior o valor de Uc, maior será a elevação de tensão nos terminais do equipamento antes da atuação do dispositivo e, por isso, é recomendável que o seu valor seja sempre o mais próximo possível dos valores estabelecidos pelas normas.

Outro termo importante é o Up, ou nível de proteção do dispositivo, que representa a quantidade de tensão em regime transitório que chegará aos terminais do equipamento durante a condução de um surto elétrico. Seu valor nunca poderá ser maior que a suportabilidade do equipamento ou então ele será danificado mesmo na existência do protetor. Por isso, quanto menor o valor de Up, melhor tende a ser o DPS. Esse parâmetro, no entanto, não deve ser o único a ser analisado para definição de um dispositivo. Embora tenham nomes semelhantes, o nível de proteção de um DPS, dado em Volts, é totalmente distinto do nível de proteção do SPDA, que pode assumir os valores de 1 a 4 e é representado pela sigla NP.

Quando o DPS é do tipo II, encontramos dois parâmetros para designar sua capacidade de drenar corrente. Um deles é o I n, que representa o valor da corrente nominal sob a qual o dispositivo está preparado para receber e desviar os surtos induzidos, sem se danificar, por até 20 vezes. Já o termo I max representa a corrente máxima para qual o dispositivo poderá receber sem se danificar, por até 2 vezes. Ambos são termos relacionados à vida útil do dispositivo e, via de regra, o valor de I n é 5 kA para cada fase e neutro, e I max é o dobro do valor total de I n.

Teoricamente, quanto maiores forem esses dois parâmetros, maior será a durabilidade do DPS. Porém, na prática, é pouco provável que ocorra uma indução com intensidade superior aos valores estabelecidos pela norma. Sendo assim, a exigência por um protetor tipo II com altíssimos valores de I n e I máx, na maioria dos casos, pode ser considerada um gasto adicional e desnecessário.

Nos DPS tipo I ou I+II, encontramos ainda outro parâmetro para designar a capacidade de drenagem de corrente. Trata-se do I imp. Ele é o termo que representa a corrente de impulso, ou corrente conduzida pelo raio, que o dispositivo está preparado para receber sem se danificar. Seu valor é dado pela metade da corrente máxima esperada para a descarga atmosférica, conforme o nível de proteção do SPDA, dividido pelo número de condutores vivos da rede, que são as fases mais o neutro.

É extremamente importante que esse valor seja calculado e adequado à edificação, pois caso o protetor seja subdimensionado podem ocorrer danos severos, como incêndios e arcos elétricos, que podem afetar não apenas o DPS, mas também os quadros e condutores adjacentes.

Além destes parâmetros, existe ainda o termo I fi, que é visto apenas nas fichas técnicas de dispositivos centelhadores, amplamente recomendados como DPS Tipo I. Ele refere-se à capacidade de interrupção das correntes de seguimento, que podem surgir durante a condução do surto elétrico para o aterramento. Assim, a corrente comum de curto-circuito tende a aproveitar o caminho de baixa impedância já criado pelo DPS. Por essa razão, seu valor sempre deverá ser superior ao valor da corrente de curto-circuito do transformador alimentador da linha e, o não cumprimento dessa exigência, pode colocar em risco todo o circuito elétrico da instalação.

O termo TOV ou UT, também é um importante parâmetro referente à suportabilidade do DPS às sobretensões temporárias. Como sabemos, os DPS são fabricados para desviar os surtos elétricos, sendo estes de curta duração. Quando a elevação da tensão na rede elétrica dura alguns segundos ou até mesmo minutos, a maioria dos dispositivos tendem a se danificar, principalmente, devido ao aquecimento de seus componentes internos. Por essa razão, um DPS de alto desempenho deve ter boa suportabilidade a essas sobretensões por prazos longos, especialmente, em locais com rede elétrica instável.

Por fim, mas não menos importante, temos o fusível de backup requerido. Esse refere-se ao máximo valor de fusível de backup que deve ser instalado a montante do DPS. Este fusível terá a função de interromper a condução de corrente elétrica no caso de uma falha do dispositivo e deve ser sempre dimensionado de acordo com as recomendações do fabricante. Alguns modelos de DPS já possuem estes fusíveis internamente e outros até dispensam sua utilização, caso o fusível principal da instalação atenda a esse parâmetro.

As linhas de DPS da empresa alemã DEHN são referência mundial, justamente, por atender de maneira abrangente todos esses importantes parâmetros. Se você tem um pouco mais de interesse nesse assunto, não deixe de procurar a equipe técnica da Termotécnica Para-raios!


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