TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS
Olá, seja muito bem-vindo! No podcast de hoje, falaremos sobre boas práticas em projetos de SPDA para edificações construídas, conforme a NBR 5419 de 2015. Eu sou Philippe Barbosa, espero que aproveite o conteúdo!
Assim como nos projetos de novas edificações, é importante a aplicação de algumas boas práticas que poderão garantir a excelência do SPDA e das MPS (Medidas de Proteção contra Surtos). Entretanto, quando lidamos com edificações existentes, há certas limitações que se tornam empecilhos para a elaboração de um projeto eficiente e em conformidade com a norma. Características construtivas da edificação, restrição de espaço para lançamento dos condutores de aterramento, baixo orçamento disponível, indisposição em comprometer acabamentos, são exemplos destas limitações.
Existem algumas medidas que podemos tomar para contornar esta situação. O primeiro passo é um levantamento de projeto bem-feito, que analise a edificação de forma minuciosa. Assim, é possível reunir o máximo de informações quanto à sua arquitetura, sistemas elétricos e telecomunicações, que poderão implicar em diferentes soluções de projeto. Caso a edificação tenha SPDA, o levantamento funcionará de forma similar a uma inspeção, em que deverá ser analisada a sua integridade, a fim de definir se o sistema está em condições de ser reaproveitado.
Identificado as lacunas dos subsistemas de SPDA da edificação em relação à norma, o próximo passo é a elaboração de um projeto de adequação que as elimine.
É uma boa prática priorizar o uso da maior quantidade de elementos naturais possíveis que estiverem disponíveis, desde que estes atendam às espessuras determinadas pela tabela 3 da NBR 5419 parte 3. Telhas, vigas e pilares metálicos devem ser considerados e incorporados ao SPDA. No caso dos pilares metálicos, em específico, é importante interligar todos no subsistema de aterramento, uma vez que parcelas da corrente da descarga atmosférica poderão ser distribuídas por eles. Ainda que a edificação já esteja construída, dê preferência ao SPDA estrutural, utilizando para os subsistemas de descidas e aterramento, as armaduras de aço da edificação. Este uso, porém, está condicionado a uma validação inicial por meio do ensaio de continuidade elétrica das ferragens estruturais e uma verificação final, ambas descritas no anexo E da norma.
Para o subsistema de descidas, no caso do SPDA externo, dê preferência pela barra chata em alumínio, que proporciona um melhor acabamento e menor impacto visual. Sendo necessário a instalação de descidas externas em locais de grande fluxo de pessoas, considere essas descidas em condutor CUI, isolado contra tensões de toque, como o Tel 830208, com 3,5m e Tel 830218, com 5m de comprimento. Caso seja inviável o uso das ferragens estruturais como subsistema de aterramento, deve-se considerar a instalação de um condutor de cobre 50mm² (formação em 7 fios e 3mm cada) externo à edificação, posicionado a uma distância de 1m das paredes e a 50cm de profundidade. É necessário realizar a instalação nesta configuração em pelo menos 80% do trajeto e equipotencializar as massas metálicas e tubulações que cruzarem o encaminhamento deste condutor.
Outra boa prática é se atentar à posição do SPDA projetado em relação às instalações elétricas e de sinal. No caso de antenas, por exemplo, é importante observar se já estão protegidas contra impactos diretos e a uma distância de segurança adequada em relação aos elementos do SPDA. Atendendo a esses requisitos, pode ser dispensável a indicação de DPS classe I no momento em que seus condutores adentram a edificação, reduzindo custos e garantindo a segurança.
Essas são apenas algumas dicas para projetos de SPDA em edificações já construídas. É importante ressaltar que o projetista deve ter consciência da diferença entre dificuldade e impossibilidade. Rompimento de pisos acabados, transtornos e altos custos são exemplos de dificuldades. Estas podem ser contornadas e na maioria das vezes a experiência do projetista pode encontrar uma solução otimizada e até mesmo mais barata. Impossibilidades são poucas e raras, sempre podemos trabalhar para encontrar uma solução segura e que atenda à norma.
O projeto de adequação do SPDA para edificações existentes é um dos vários serviços realizados pela Termotécnica Para-raios, oferecemos também cursos para aprofundar mais sobre este ou outros assuntos relacionados à SPDA e MPS. Fique ligado em nosso canal TELCast para ouvir outras dicas como essa!
O anel de aterramento, pode ser interno?
Entra no calculo dos 80%?
Olá, Priscila!
O item 5.4.3 da NBR 5419-3:2015 ratifica que “no caso da impossibilidade técnica da construção do anel externo à edificação, este pode ser instalado internamente.” Contudo, para isto, devem ser tomadas medidas visando minimizar os riscos causados por tensões superficiais (tensões de toque e passo).
De toda forma, sendo construído interna ou externamente, o anel de aterramento deve estar em contato com o solo por pelo menos 80 % do seu comprimento total.
TENHO UMA DÚVIDA, TENHO UM PROJETO QUE FIZ A ANALISE DE RISCO CONSIDERANDO A PERDAS HUMANAS E NÃO FOI NECESSÁRIO SPDA. PERGUNTO COMO FAÇO PARA PROTEGER ANTENAS PARABÓLICAS JA QUE NÃO VOU PARA-RAIOS.
José Maria Fontenele,
Você deve fazer a proteção dessas antenas por meio de DPS Tipo I+II nas linhas de energia e sinal, no ponto anterior a entrada dos cabos na edificação.