SPDA Estrutural – casos reais e melhores práticas


Termotécnica Para-raios

Termotécnica Para-raios, líder nacional no setor de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Desde 1974 com produtos e soluções, incluindo fabricação, revenda de equipamentos, cursos e treinamentos SPDA.

*Por Normando Alves

Tivemos duas experiências com prédios já existentes onde os síndicos preocupados com a segurança da edificação e das pessoas, decidiram contratar nossos serviços para fazer essa avaliação. Para despersonalizar os cases, chamaremos um de prédio comercial e o outro de prédio residencial.

  • Caso I – Prédio Comercial

O caso do prédio comercial começou antes da contratação. O síndico entrou em contato conosco falando que precisava de uma análise e um laudo do Para-raios, mas que tinha duas outras propostas comerciais bem mais acessíveis que a nossa.

Em conversa com o síndico, explicamos que ele não poderia tomar a decisão apenas baseado no preço, e que o mais importante era o escopo técnico da proposta e a experiência do projetista, haja vista que se tratava de um prédio já existente. A solução técnica não era trivial, neste caso a melhor opção era fazer uma avaliação para determinar o melhor sistema em função da idade do prédio, das dificuldades e altos custos que um sistema convencional acarretariam.

Mesmo com preço mais caro e o cliente entendendo o valor agregado da proposta fomos contratados, pois confiou na expertise e know-how da Termotécnica Para-raios, referência nacional.

A proposta inicial era fazer a análise de risco (parte 2 da norma NBR 5419/2015) onde ficou evidenciado a necessidade do SPDA e DPS. Em seguida, checar se as ferragens do concreto armado eram ou não contínuas, para então, decidir qual tipo de SPDA teria que ser projetado.

Para realizar esses testes de continuidade, foi necessário acessar as ferragens dos pilares de concreto. O primeiro problema foi a ausência do projeto estrutural, o prédio possuía 40 anos e ninguém sequer sabia da existência de tal projeto. A saída foi analisar a situação e tentar deduzir onde os pilares estruturais deveriam estar, quebrar o reboco e torcer para estarmos certos.

Desenho genérico dos testes de continuidade da estrutura

Ao quebrar os locais mais lógicos para tentar descobrir as ferragens, tivemos algumas surpresas. Em alguns locais, achamos as ferragens estruturais, e onde não achamos tivemos que buscar outras possibilidades que atendessem às exigências da norma. Em alguns casos só foi possível achar as ferragens dentro das salas comerciais e o serviço, mesmo a contragosto de alguns inquilinos, teve que ser feito.

Segundo o síndico, o maior problema não era a quebradeira e sujeira para descobrir as ferragens. Na opinião dele, era ter que enfrentar o mau humor, a falta de cooperação e educação de alguns proprietários e inquilinos sempre reclamando, na maior parte do tempo, sem motivo.

Alguns dos problemas operacionais que enfrentamos nesse tipo de avaliação:

Para realizar os testes de continuidade é necessário acessar as ferragens nos pontos mais baixos dos pilares, via de regra na garagem, quase sempre no subsolo e nos pontos mais altos da edificação, tais como cobertura, telhado, caixa d´água, etc.

Na maioria dos casos, as principais quinas dos prédios tem pilares, mas que podem estar recuados em relação à fachada, ter morrido na laje anterior, ter sua seção reduzida (comum nos últimos andares) ou ter sofrido transição de posição.

Quando o guarda-corpo é executado, pode ser feita uma pequena viga horizontal para amarração da alvenaria e pequenos pilares, chamados pilaretes, que não são tecnicamente pilares estruturais e não estão ligados eletricamente com o pilar estrutural abaixo. A execução dessas peças é unicamente para evitar que o guarda-corpo não caia, caso alguém se apoie nele ou até prevenção contra rajadas fortes de ventos.

Havendo a possibilidade de acessar do pé até o topo do mesmo pilar, são grandes as chances de um ensaio dar certo. No entanto, algumas situações fora de controle podem aparecer, sendo bem comum por sinal a existência de pilares falsos, pilares com seção aumentada (boneca/espala),pilares com redução de seção e nestes casos, a quebradeira é maior, pois é necessário analisar – se era pilar falso ou apenas alvenaria de shaft fechado, para abrigar instalações hidro sanitárias – e pesquisar outras alternativas.

Após todo esse trabalho e a realização dos testes de continuidade, desenvolvemos o projeto de acordo com os resultados dos testes, bem como a solução técnica adequada para aquela determinada situação.

No prédio comercial, apesar de todo o transtorno, os usuários permitiram o acesso às salas para descobrir as ferragens, assim como os ensaios deram positivo (valores abaixo de 1 ohm). Foi projetado um subsistema de captação pelo método das malhas e interligadas nos pilares que foram ensaiados e deram resultado positivo.

  • Caso II – Prédio Residencial

No caso do prédio residencial, os moradores das coberturas não permitiram o acesso aos apartamentos para fazermos a investigação e tentar descobrir os pilares estruturais, assim fizemos os testes de continuidade do pilotis até a garagem do subsolo e também testamos a continuidade das vigas baldrames, que também apresentaram continuidade.

Neste caso, foi projetado um subsistema de captação pelo método das malhas, combinado com o método eletrogeométrico para garantir que as coberturas ficassem dentro da zona OB (volume de proteção). Depois, foram projetadas descidas não naturais com barra chata de alumínio até o pilotis onde foram interligadas com as ferragens estruturais testadas e dali em diante, o sistema seria natural.

Após a apresentação do projeto, o próximo passo era fazer a cotação da implantação. Tal como foi dito, o preço não pode ser o principal balizamento. A empresa a ser contratada precisava ter expertise nesse tipo de instalação, registro no CREA, saber ler e entender o projeto para que consiga executar com segurança. Em caso de algum acidente, o condomínio é co-responsável pelos danos materiais ou pessoais, que eventualmente venham ocorrer.

Após a realização dos testes de continuidade, foi emitido um relatório técnico mostrando os resultados apresentados.

Esse relatório serviu de base para a elaboração dos respectivos projetos de SPDA e medidas de proteção contra surtos na rede elétrica e linhas de telecomunicação.

A lição que ficou com estes dois casos, é que, apesar dos transtornos para os moradores ou usuários da edificação, a experiência é válida, desde que o cliente esteja previamente preparado para essas pequenas obras de pesquisa e localização dos pilares estruturais.

É também extremamente necessário um bom canal de comunicação entre síndico e moradores para informar previamente sobre os transtornos e mostrar os benefícios de segurança em projetos desta natureza.

Reforçamos que a execução desses serviços foram tentativas para usar as ferragens como elementos naturais do SPDA, mas não existe garantia que a estrutura será validada. Caso não exista a continuidade garantida, a tentativa terá que ser abortada e o projeto será direcionado para um SPDA externo.

A maioria dos ensaios (80% a 95%) em que a área de engenharia da Termotécnica Para-raios realiza, tem tido um resultado positivo e as estruturas têm sido validadas, por isso o risco de dar problema é muito pequeno, vale a pena arriscar.

No caso de uma validação, é necessário verificar se o prédio tem acima de 60m de altura e lembrar que a norma tem uma exigência específica para esse tipo de prédio, com relação à extensão da captação do topo se estender também para as fachadas, em pelo menos 20% do total da altura.

Se precisar de suporte técnico em seus projetos, entre em contato conosco: https://tel.com.br/fale-conosco/suporte-tecnico/

Escrito por Eng. Normando Alves
Diretor de Engenharia de aplicação da Termotécnica Para-raios
Membro da comissão que revisa a NBR5419.


Termotécnica Para-raios, líder nacional no setor de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Desde 1974 com produtos e soluções, incluindo fabricação, revenda de equipamentos, cursos e treinamentos SPDA.

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61 Comentários em SPDA Estrutural – casos reais e melhores práticas

  • Fiz um projeto para Silos de cimento, considerando descida natura pela estrutura, no topo um captor Franklin, no solo malha de 50mm todos os quadros elétricos aterrados e equalizados na malha, todos os quadros com coordenação de dps. Tudo muito bem planejado, e tudo corretamente instalado. Na primeira chuva houve uma descarga e destruiu com todas as células de carga do silo, prejuizo muito grande para o dono. Além disso, câmeras, central de alarme e etc.. todas “queimadas”. Quando fui em campo notei que a equipe contratada para montar desconsiderou o projeto e fez uma descida isolada por meio de cabo, ao invés de estrutural porém aterraram o silo na base. Será se isso de alguma forma contribuiu para o desfecho trágico?

  • Ótimo post. Muito auto explicativo.
    Porém tenho uma dúvida.
    Para sistemas em que não haja possibilidade, tanto de usar as ferragens, quanto usar externo a parede os sistemas de descida, o mesmo deve ser feito embutido na parede?
    ou há alguma outra forma de contornar o problema?

    1. Olá, Thiago!
      Para sistemas onde não há possibilidade de uso externo dos condutores, existem materiais no qual você pode concretar dependendo do material, recomendo você ler a tabela 5 da NBR 5419-3:2015, pois estão listados alguns materiais para SPDA e condições de utilização. Lembrando que, o subsistema de captação precisa ser sempre exposta.

  • Bom dia,
    1º Caso – Em um prédio existente com subsolo, foi verificada a necessidade da instalação de um SPDA, a estrutura do prédio será utilizada como subsistema de descida com auxílio de Rebar, o subsistema de aterramento deverá ser instalado no subsolo ou a nível do térreo? Existe algum item na norma que trate desse assunto?

    2º Caso – Em um prédio existente com subsolo, foi verificada a necessidade da instalação de um SPDA, então foi projetada uma malha externa com cabo de alumínio 70mm², seria necessário interligar o SPDA com as ferragens?

    1. Boa tarde, Rodrigo!

      Irei responder separadamente para cada situação.

      1° Caso – A malha de aterramento deverá ser instalada no subsolo, pois o final das suas descidas (pilares) se encontram neste nível. Caso você faça anel de aterramento no nível do térreo, uma parte da corrente da descarga atmosférica irá se dissipar no nível térreo e a outra irá percorrer o restante do pilares até o pavimento inferior, podendo gerar potenciais elétricos perigosos para as pessoas que estiverem transitando no local.

      2° Caso – Com o termo “malha externa” estou entendendo que você está se referindo à malha de captação, pois no aterramento não é permitido utilizar condutores de alumínio. De acordo com o item 6.3 da NBR 5419-3 (2015),a distância de segurança deve ser levada em consideração para a interligação dos condutores do SPDA com as partes metálicas estruturais, então, sim, é necessário que essa análise seja feita para estipular se será preciso interligar as ferragens à captação não natural.

  • Prezados,
    No terreno tenho 2 prédios escolas e uma cantina. Porém, os dois prédios possuem SPDA e a cantina não. No gerenciamento de risco nessa estrutura (cantina) foi verificado que não era obrigatório possuir sistemas de spda, mesmo assim sou obrigado a instalar o spda na cantina?

    Obrigado!

    1. Olá Luis Eduardo,

      O Gerenciamento de Risco, conforme NBR 5419-2/2015, é um cálculo estatístico que resulta na probabilidade de acidentes em virtude dos riscos estimados. Toda estatística é baseada em dados passados e pode mudar com os passar dos anos mas, ainda assim, a norma considera que as possíveis falhas não trarão riscos severos aos ocupantes.

      Se seu cálculo está correto e dispensa a necessidade de um SPDA, você pode anexá-lo ao final da execução do projeto, usando-o como justificativa técnica para a não elaboração do projeto de SPDA da cantina, em virtude do risco tolerável aos ocupantes apresentado pela edificação nas condições atuais.

      Você ainda poderá instalar um SPDA caso busque uma proteção adicional a esta estrutura e, por não ser requerido um sistema específico, poderá adotar o nível de proteção mais básico (NP IV). A vantagem desta atitude é que, caso tenhamos uma falha estatística relacionada a probabilidade do evento (raio atingir a cantina) as probabilidades de um acidente (que já eram baixas) serão ainda menores.

  • Por gentileza, gostaria de saber se os colegas mais experientes conseguem me informar como se fazem as decidas de SPDA quando o prédio tem varandas ou halls em que as lajes ficam em balanço, sem pilar ou paredes para descerem os cabos e/ou rebars? Já que é sabido que existem distâncias mínimas a serem cumpridas, fiquei na dúvida de como proceder.

    Desde já agradeço a atenção e aguardo o retorno.

    1. Olá Oliver de Oliveira,

      Este tipo de execução é bastante variado, pois cada edificação possui suas particularidades.

      Em determinadas condições é possível fazer um furo na laje ou marquise para descer o condutor próximo à parede de sustentação. Outras exigem arranjos similares ao apresentado pela figura 2 da parte 3 da NBR 5419:2015.

      Quando esta laje é um local com tráfego ou permanência de pessoas será preciso tomar cuidado contra tensões de toque e passo nas proximidades, seja isolando o local ou adotando condutores especiais para tal aplicação (CUI ou HVI, por exemplo).

      Você pode enviar um e-mail para suporte@tel.com.br com mais detalhamentos de seu projeto e juntos encontraremos a melhor alternativa para este problema.

  • Um predio comercial com mais de 60 metros e com fachada em vidro … nao ha colunas no perimetro do predio … posso utilizar a estrutura da cortina de vidro como descida natural?
    Ha tambem uma varanda em um dos andares … Eh preciso terminais aereos?

    1. Olá!

      Normalmente é possível aproveitar partes metálicas da estrutura a ser protegida como parte do SPDA natural, mas para isso é preciso verificar o atendimento do item “5.3.5 Componentes naturais” da parte 3 da NBR 5419:2015, para verificação dos requisitos necessários. Em relação à varanda, é preciso verificar se captores mais altos já geram volume de proteção suficiente para protegê-la, ou, caso contrário, o projetista deverá avaliar o melhor método e forma de realizar a proteção.

  • É correto utilizar a própria ferragem da estrutura de um prédio residencial para se fazer “a descida” das eventuais descargas elétricas, eliminando-se assim os famosos cabos externos?
    O prédio em questão tem 13 pavimentos.

    1. Alberto, a norma permite que vc use as próprias ferragens estruturais porém deverão ser executadas amarrações entre as ferragens horizontais com as ferragens desde a fundação até ao ponto mais alto da edificação. Estes serviços deverão ser registrados em relatório técnico , com a respectiva ART, tomando cuidados para deixar acessos ás ferragens verticais e horizontais para permitir os testes de continuidade eletrica , tanto na vertical (pilares) , quanto das fundações (vigas baldrames) e ainda deixar acessos de forma correta para interligar o BEO, os BELs, e também á catação por fora e á captação por cima.
      Um modo de facilitar esses serviços é usar uma barra adicional (Re Bar) e os acessos através do Aterrinsert em pontos estratégicos para realizar os ensaios exigidos pela norma.

  • Boa dia Normando
    No segundo caso (residencial) você teve que fazer descidas externas e depois interligar na ferragem estrutural no Pilotis. Em relação aos anéis horizontais, como foi executado? é bem difícil fazer em um prédio existente.
    Abraço

    Peterson Terra

    1. Prezado Peterson, realmente para uma instalação externa a execução dos anéis de cintamento são bem mais difíceis , mas são possíveis usando uma cadeira (ESCALTOR) e trabalhando apoiado por mais 2 pessoas , também é possivel fazer trajetos horizontais fechando assim os aneis nas fachadas, sejam com cabo ou barra chata de aluminio.

  • Por favor, para um galpão industrial com 2000m² é necessário fazer descidas nas colunas internas e interligar à malha de aterramento? Vi projetos com descidas em colunas internas e não só ao redor dos galpões.

    1. Olá Rodrigo,

      Se for um galpão metálico ou com colunas metálicas, todos pilares deverão ser interligadas a malha de aterramento do SPDA. A explicação por trás dessa ligação é que mesmo que não sejam pilares de descida, por serem metálicos eles serão um possível caminho para a corrente do raio e sua interligação é a garantia da segurança aos ocupantes internos.

      Se for um galpão de alvenaria com SPDA Estrutural todas as descidas devem estar interligadas (essa interligação deve ser garantida por meio de ensaios de continuidade elétrica),pelo mesmo conceito explicado acima.

      Para o SPDA externo, apenas os pontos no perímetro da edificação serão considerados como elementos de descida, já que o caminho para a corrente do raio está limitado aos elementos do sistema, restando aos pilares internos apenas as ligações equipotenciais.

  • Bom dia,

    Estou finalizando a Graduação esse ano, tenho pouco experiência com SPDA, mas trabalho a algum tempo em obras.

    Como fazem para quebrar o pilar na parte mais baixa, chegar até a ferragens sem que mesmo seja comprometido de forma estrutural?

    Comento isso por que nas obras os principais cuidados são para não danificar os pilares de forma alguma.

    1. Olá Thiago,

      Essa prática vai muito do instalador/executor da obra, mas de um modo geral, é pouco provável que essa ação não cause danos no pilar. A diferença fica pela gravidade dos mesmos, onde bons instaladores tendem a causar danos leves na estrutura, sem comprometê-la. Normalmente somente a parte interna às ferragens de um pilar que são fundamentais para a estrutura, sendo a parte externa apenas um revestimento para proteção mecânica e contra oxidação.

      O melhor método de evitar danos é incluir, antes da execução da obra, conectores do tipo Aterrinsert no pilar, pelo menos um na base e um no topo. Dessa forma você terá ali, permanentemente, um ponto de acesso as ferragens estruturais ou rebars do SPDA, para realizar ensaios e conexões com a malha de aterramento.

      Em estruturas já existentes, quando for preciso fazer qualquer tipo de ajuste, ensaio ou reparo nos pilares, também é recomendável a instalação de conectores Aterrinsert, para evitar que no futuro seja preciso expor o pilar a condições agressivas.

  • Boa tarde, estou desenvolvendo um SPDA com uso da estrutura metálica para um Galpão de 200X70m porém os pilares não são aterrados. Estou usando apenas as descidas naturais e interligando a malha de aterramento em cabo 50mm² no perímetro . Minha dúvida seria, os pilares internos precisam estar conectados na malha de terra ? uma vez q eles são conectados ao telhado metálico (capação natural). Caso a resposta seja sim, gostaria de saber se há risco do cabo passando no meio do galpão para interligação desses pilares e se aumentar a profundidade desse cabo eu consigo amenizar o risco de tensão de passo.

    1. Olá Marcus,

      Os pilares metálicos internos também deverão ser conectados à malha de aterramento, tendo em vista que eles estão interligados com a malha de captação e serão condutores das correntes do raio (mesmo que em menor intensidade, devido ao número de divisões ao qual estará submetida).

      O cabo de interligação dos pilares internos deverá ser enterrado a no mínimo 50 cm de profundidade. Caso você deseje, pode aprofundá-lo um pouco mais, visando a redução dos valores de tensão de passo no interior dessa edificação, mesmo que não seja necessário ou obrigatório.

  • Boa tarde, gostaria de saber se eu utilizar as ferragens dos pilares da construção eu tenho que fazer o ponto de conexão do sistema de descida com o de aterramento desconectável para medição, deve ser um todos as seções verticais que fazem parte da ferragem ou só de uma? ou de todos os pilares que fazem parte das construção?

    1. Marcos,

      No SPDA Estrutural não é necessário que exista um ponto de desconexão entre as descidas e o aterramento, desde que ambos sejam estruturais. É recomendável a instalação de um conector do tipo Aterrinsert para facilitar os ensaios de continuidade elétrica e conexões de equipotencialização e aterramento, ao menos 2 unidade por pilar (uma na base e uma no topo).

      Caso a descida ou o aterramento sejam externos, deverá existir em cada ponto de conexão um conector que permita essa desconexão para ensaios. Nesse caso não será preciso um para cada ferragem estrutural, bastará apenas um único conector, já que ou a malha de aterramento ou de descida será composta por um único condutor.

  • Ótimo post!

    Eu tenho uma dúvida com relação a descidas em pilares metálicos, no caso em um projeto de uma feira comercial com telhado metálico de grande extensão, eu gostaria de saber se é interessante projetar o SPDA isolado da estrutura metálica (telhado e pilares metálicos),ou se o SPDA pode ficar em contato com essas estruturas.. sempre fico com receio da tensão de toque que pode originar de um pilar metálico que está em contato com a descida.

    Obrigado!

    1. Pedro,

      Será bastante difícil e caro projetar um sistema isolado para um galpão metálico de grandes dimensões. Os riscos da tensão de toque para ocupantes que estejam dentro desse galpão será tolerável pela norma, desde que se atenda o que é exigido no item 8 da NBR 5419-3:2015.

      Uma das exigências é que o SPDA possua pelo menos 10 caminhos naturais de descida e, em galpões muito grandes, normalmente temos mais de 10 pilares utilizados como descidas naturais.

      Os riscos de tensões de toque existentes devido ao SPDA estar em contato com sua estrutura metálica, normalmente, acabam sendo considerados toleráveis pela norma em grandes galpões com muitas descidas, podendo utilizar até mesmo a estrutura como parte do sistema.

  • Trabalho num empreendimento de uns 17 anos, e preciso renovar o laudo do SPDA. No entanto, ninguém sabe onde foi parar o projeto… Como devo proceder, neste caso?

    Grato pelo artigo, Eng. Normando.

    1. Jônatas,

      Nesse caso, o recomendável é contratar uma empresa com maior experiência que já está acostumada a lidar com esse tipo de situação.

      Por se tratar de um empreendimento de 17 anos, se não tiverem sido feitas as inspeções rigorosamente como cita a norma (a cada 3 anos pelo menos),te garanto que será necessário executar um novo projeto de SPDA.

  • Boas, estou com um edifício comercial de dois andares, acho que deve ter uns 15 a 20 anos sem projeto estrutural, e o piso é todo em concreto ,ou seja, bem difícil de abrir além de ter as vigas baldrames, este também é colado com as estruturas vizinhas. A questão seria sobre a malha inferior, é possível apenas realizar dois anéis inferiores , um na parte da frente e outro nos fundos visto ter uma boa área para instalação?

    1. Glauco,

      Estou com um pouco de dúvida em relação a sua pergunta. Pelo que entendi você quer fazer um anel de aterramento na parte da frente da edificação e um no fundo, mas a princípio não iria interligá-los.

      Se for isso está errado. A malha de aterramento deve contemplar todo o piso interno da edificação para proteção dos ocupantes na ocorrência de uma descarga atmosférica. A norma também recomenda a interligação de malhas de aterramento próximas.

      A norma entende que em alguns casos exista a impossibilidade de passar o cabo na parte externa da edificação justamente por ser próxima ou colada em outra edificação e, nesses casos, é permitido que o cabo do malha passe por dentro da mesma, o mais próximo possível das paredes. Por mais trabalhoso ou custoso que seja quebrar o piso, deve ser feito por se tratar de um aspecto de segurança.

      Pode ser que suas vigas baldrames estejam interconectadas e funcionem como uma malha de aterramento estrutural. É preferível a realização de ensaios ou a conferência do projeto estrutural da edificação para validação dessas informações, conforme anexo F da norma NBR 5419-3:2015:

      ” Sempre que possível, o projeto da fundação do edifício deve ser analisado no sentido de verificar a viabilidade de sua utilização como subsistema de aterramento.”.

  • Boa noite, gostaria de saber como proceder para o caso de um SPDA externo isolado. Se deve-se realizar o ensaio de continuidade da malha interligando uma das pontas do MILIOHMÍMETRO no alto da descida ou acima da conexão de ensaio e a outra ponta na parte inferior da cordoalha, e se é necessário também realizar as medições cruzadas e de uma descida a outra e também se é necessário realizar o ensaio da descida ao BEP? e o que fazer caso a edificação não possua BEP.

    1. Carlos,

      A norma não exige a medição de continuidade elétrica em um SPDA externo isolado ou não, portanto não é necessário fazer. Mas caso você deseje fazer, deve seguir as premissas descritas no Anexo F da norma. Normalmente deve ser entre o ponto mais alto da captação e o BEP.

      Com relação ao BEP, caso ele não exista no seu sistema externo isolado, você deve realizar o ensaio no ponto de equalização no nível do solo.

  • Bom dia, para um centro comercial onde não é possível projetar uma malha em volta da edificação, por estar com as paredes coladas com outras edificações (exceto a fachada frontal, onde existe um estacionamento),como devo proceder?

    1. A norma cita esse tipo de situação no item 5.4.3: ” No caso da impossibilidade técnica da construção de anel externo à edificação, este pode ser instalado internamente. Para isso, devem ser tomadas medidas visando minimizar os riscos causados por tensões superficiais (ver seção 8). “.

      Você pode fazer uma malha interna na edificação, passando o mais próximo possível das paredes e tomando medidas contra tensões de passo e de toque.

  • Olá,
    Estou com uma dúvida para utilização de SPDA com descidas e aterramento natural.
    Para interligar as estrututuras de aço no interior das vigas e colunas (estrututras de concreto armado),ainda na fase de concretagem, pode-se utilizar, de acordo com o item 5.5.1 da NBR5419 – 2015, Aço galvanizado a quente ou Aço inoxidável.

    É seguro realizar essas interligações no material (aço) estrutural no que tange corrosão? O mais indicado é utilizar solda ou conectores?

    Obrigado

    1. No interior do concreto não irá ocorrer a corrosão dos materiais (a menos que o concreto seja perfurado ou apresente problemas estruturais),portanto você pode interligar tanto as barras inoxidáveis quanto as barras galvanizada a fogo na ferragem estrutural. Por possuir um custo menor nós recomendamos o uso de barras galvanizadas a fogo (rebar).

      Com relação a conexão fica a critério do projetista/instalador. Conexões por solda são melhores do ponto de vista mecânico, mas a necessidade de um profissional capacitado (soldador) e o tempo de execução acabam fazendo a conexão por conectores ser uma boa opção do ponto de vista financeiro. Pela praticidade recomendamos o uso de conectores como os clips galvanizados.

  • Caso I – Prédio Comercial, gostaria de saber como posso garantir que os pilares estão interligados a nível do solo formando uma malha para dissipar as correntes dos raios, no caso dentro das fundações e ainda se os mesmo não estão somente sobre a fundação sem qualquer amaração com as mesmas, poís sem essa garantia, somente utilizar os pilares poderia acarretar sérios problemas para estrutura da edificação.

    1. Antes de ensaiar uma estrutura no qual se pretende o SPDA estrutural é recomendável possuir em mãos o projeto estrutural da edificação.

      Se existir uma viga baldrame você deverá fazer os ensaios de continuidade elétrica (conforme Anexo F da NBR 5419) nela e caso positivo seu aterramento estrutural estará pronto.

      O problema será quando não existir uma viga baldrame ou ela não apresentar continuidade elétrica. Nesse caso existem duas opções:

      – Passar uma malha de aterramento externa a edificação, conforme item 5.4.
      – Usar um elemento condutor enterrado no solo interligando as armaduras descontínuas da fundação (sapatas).

      Essas informações são vistas no item 5.4.4:
      ” As armaduras de aço interconectadas nas fundações de concreto, ou outras estruturas metálicas subterrâneas disponíveis, podem ser utilizadas como eletrodos de aterramento, desde que sua continuidade elétrica seja garantida. Os métodos para garantir essa continuidade são idênticos aos utilizados para os condutores de descida. Quando as armaduras do concreto das vigas de fundação (baldrame) são utilizadas como eletrodo de aterramento, devem ser tomados cuidados especiais nas interconexões para prevenir rachaduras do concreto. “

  • Para o exemplo do Caso I – Prédio Comercial, como ficaria a malha no solo, já que não se tem a garantia da conexão dos pilares com a fundação.

    1. Deverá ser feita uma malha de aterramento externa a edificação, conforme item 5.4 da norma NBR 5419.

  • Bom dia, para um centro comercial onde não é possível projetar uma malha em volta da edificação, por estar com as paredes coladas com outras edificações (exceto a fachada frontal, onde existe um estacionamento),como devo proceder?

    1. A norma cita esse tipo de situação no item 5.4.3: ” No caso da impossibilidade técnica da construção de anel externo à edificação, este pode ser instalado internamente. Para isso, devem ser tomadas medidas visando minimizar os riscos causados por tensões superficiais (ver seção 8). “.

      Você pode fazer uma malha interna na edificação, passando o mais próximo possível das paredes e tomando medidas contra tensões de passo e de toque.

  • Idelbrando, existem diversos papers da USP e outras universidades onde ficou comprovado que elas interligações acidentais ou propositais das ferragens sao suficientes para conduzir a corrente impulsiva do raio em virtude da quantidade enorme de caminhos que existem nas estrututas (obviamente apos validado pelos testes).

  • Bom dia , tenho um SPDA em um prédio com método de captação Franklin com Gaiola de Faraday( métodos de malha),os condutores de descidas são estruturais e e barras de alumínio, foi feito análise de risco, teste de continuidade, a dúvida seria o prédio te altura de 60 metros se eu utilizar apenas as decidas estruturais ( no caso tirar as de fita e deixar só estruturais na quantidade de acordo com nível III) eu preciso fazer o anel de cintamento no caso Classe III?
    Pq se eu utilizar só a estrutura como descidas a própria ferragens não seria o anel estrutural no caso andar por andar? Lembrado que foi elaborado o teste de continuidade e está tudo ok , fico no aguardo..

    Dês já agradeço

    1. Rafael, se fizer os testes de continuidade de acordo com o quesitos da norma e estes forem validados, não precisa dos aneis de cintamento e pode retirar as barras de aluminio ou deixar.

  • Eng. Normando, bom dia.
    Ótimo artigo, foi de extrema valia para solucionar dúvidas em edificações existentes. Nesses casos de utilização da ferragem estrutural em edificações existentes, como é feito para validar os anéis de cintamento exigidos pela 5419:2015? Pois entendo que nada vale utilizar o estrutural, se mesmo assim for necessário abrir toda a fachada para executar anéis de cintamento externos no prédio existente.
    Grato.

    1. No caso do SPDA estrutural, a própria interligação das descidas com as lajes formarão os anéis de cintamento. Sendo assim, não há necessidade de instalação de anéis de cintamento externos. A comprovação das interligações deve ser feita através do teste de continuidade elétrica, conforme Anexo E da norma 5419:2015-3.

    2. André, a norma não exige os aneis de cintamento quando o SPDA é natural, só exige no SPDA convencional (por fora da estrutura).

    1. Prezado José Marcio, no caso das equalizações de potenciais , seja no SPDA natural ou Não natural, não muda praticamente nada, é um dos poucos subsistemas que independem do tipo de SPDA que estamos projetando.
      Com relação ao aterramento , pode mudar muito, isso vai depender do estagio da construção (pronta ou em construção) , do tipo de fundações, do nivel de proteção determinado no gerenciamento de risco e de outros parametros que tem que ser analisados antes de elaborar o projeto.

  • Normando, o relato que você fez sobre os problemas na realização dos testes é exatamente o que vem acontecendo aqui conosco. problemas com pilar , síndico, moradores e etc. mas o pior é a questão das propostas e custos diferentes. as empresas não querem fazer dentro das normas e os preços ficam bem defasados. abraço. Peterson Terra

    1. Prezado Peterson, concordo 100% com voce, mas infelizmente essa é a nossa realidade na engenharia, sempre terá um colega despreparado oferendo uma solução fora das normas, e muitas vezes oferendo proteções milagrosas. A falta de ética na engenharia é a cada dia mais preocupante.
      Vôce não está sozinho, nós padecemos do mesmo problema, mas o mais importante é a gente não se distanciar de nossos valores e missão, os que fazem picaretagens, mais cedo ou mais tarde terão muito tempo para se arrependerem. Abraços e sucesso, continue na sua empreitada.

  • O valor de resistência do trecho a ser medido, exigido pela norma já leva em consideração essa possibilidade, inclusive existem 2 valores diferentes, um para a medição inicial e outro para medição final.

    1. Ainda permanece a dúvida, piscina pelo que sabemos o miliohmimetro aplica um corrente muito pequena, apenas 1 A, incapaz de provocar dissipação de energia térmica suficiente para alterar o valor da resistência caso as conexões entre as ferragens da armadura , entre a medição inicial e a final.
      Não seria talvez maus adequada uma medição com a utilização de uma corrente bem maior?
      Acima se 100 A por exemplo?

      1. O Valor de 1 ohm é minimo, o ideal é que seja maior . O nosso aparelho vai até 10 ohms com regulagem. Com o aparelho de 1 A apenas, voce fica muito limitado e terá problemas durante a execução. Não podemos injetar 100 A pois isso iria demandar um gerador grande, preferencialmente (mas não obrigatório) com corrente continua e poderia trazer problemas para as ferragens estruturais. Considero que o que está na norma é bem realista e possivel de ser realizado.

        1. Bom dia, estou estudando sobre SPDA e não sabia que poderia ser aproveitado a estrutura de um prédio já existente, claro entendi que pra isso é necessário que as ferragens estejam contínuas e com a resistência menor que 1 ohm. Dúvidas, como é feita a conexão do subsistema de captação no topo do edifício? Com o SPDA estrutural aproveitando a estrutura nesse caso com o prédio já existente não é necessário fazer a malha de aterramento ao redor do edifício?

          1. Vagner, a malha de aterramento também poderá ser testada a sua continuidade e caso seja aprovada ela será usada como eletrodo natural de aterramento. Quanto á captação normalmente não existem problemas insoluveis e segue os mesmos quisitos que independem do tipo de SPDA, basta conectar a captação com as ferragens ensaiadas, usando materiais que impeçam de ser corroídos ou formar pilha galvanica.

      2. Prezado Paulo, a norma recomenda injetar de 1 A a 10 A , que é mais que suficiente para medir a impedancia desse trajeto. Não recomendo usar 1 A , porque em pouco tempo ele não vai conseguir manter essa corrente, sugiro 5 A.

        Para injetar 100 A vai precisar de uma senhora fonte e a corrente tem que ser continua. Esse ensaio é especificado na norma, mas nada te impede de ir além da norma se vc tiver melhores recursos disponiveis.

  • Neste teste de continuidade apenas se consegue verificar que existe conexão entre a estrutura no topo e a parte mais inferior do prédio, agora se as conexões elétricas nas emendas destas estruturas irão suportar a passagem de uma descarga não dá para definir, estou certo ?

    1. Idelbrando, esse teste já leva isso em consideração, por isso existem algumas exigencias como corrente minima, frequencia, resitencia de contato, etc. Essas exigencias garantem que a corrnete de um raio será suportaa caso os testes deem positivo.

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