*Por Sergio Santos
Muito do que necessita ser feito em relação às Medidas de Proteção contra Surtos (MPS) depende da disponibilidade de espaço, mesmo quando se trata apenas da instalação dos Dispositivos de Proteção Contra Surtos (DPS). Devido à natureza dos fenômenos eletromagnéticos, a eficácia das MPS depende de onde e como elas se encontram, e caso esses fatores não estejam corretos, elas não protegerão as instalações eletroeletrônicas contra surtos de tensão.
O exemplo mais fácil para ilustrar as observações anteriores é o das Zonas de Proteção contra Raios (ZPR),tabela 1 e imagem 1, onde cada zona representa um ambiente eletromagneticamente bem definido, onde um objeto estará, ou não, protegido contra descargas atmosféricas diretas ou tensões e correntes induzidas.
Os Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) são desenvolvidos para serem posicionados na fronteira entre duas ZPRs onde sua eficiência será máxima, mas nem sempre existirá a possibilidade deles serem ali instalados. Por este motivo, do ponto de vista da proteção contra surtos, é necessário que os quadros de energia e sinal sejam posicionados o mais próximo possível das paredes onde os cabos entram ou saiam dos ambientes. Desta forma um surto será desviado para a barra de equipotencialização sem possibilidade de contaminar outros condutores, o que aconteceria, caso o painel estivesse no meio do ambiente, por exemplo.
O primeiro desafio do projetista das MPS é conseguir convencer o responsável pelo empreendimento a destinar ao seu projeto um status semelhante aos projetos de outros profissionais, que tradicionalmente são reconhecidos pelo senso comum como prioritários.
O segundo desafio do projetista das MPS é estudar medidas de proteção alternativas, caso o local ideal destinado às MPS não esteja disponível.
Situação semelhante envolverá a distância necessária para a coordenação entre DPSs de diferentes níveis, o comprimento dos cabos para que eles sejam ligados, imagem 2, e até mesmo o espaço no painel para que caibam tantos protetores de surto, quantos sejam necessários, lembrando a necessidade de DPSs para energia e sinal.
É fundamental que um projetista saiba que existirão sempre três locais possíveis para cada MPS, o ideal, o tolerável e o inútil. Caberá ao responsável pelas MPS trabalhar pelo primeiro, aceitar o segundo e descartar o terceiro. Para isso é necessário que ele estude as MPS e saiba aplicá-las corretamente.
*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista, membro da comissão de estudos CE 03:64:10, do CB-3 da ABNT e instrutor do curso de Medidas de Proteção contra Surtos (MPS) da Termotécnica Para-raios.
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