Melhores práticas nas inspeções do SPDA


Termotécnica Para-raios

Termotécnica Para-raios, líder nacional no setor de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Desde 1974 com produtos e soluções, incluindo fabricação, revenda de equipamentos, cursos e treinamentos SPDA.

A inspeção de um SPDA está para a proteção contra descargas atmosféricas, assim como a manutenção preventiva automotiva está para a sua segurança e dos seus familiares. Se você não fizer as manutenções preventivas no seu veículo, você corre o risco de ficar na mão e uma viagem de férias pode se transformar numa frustração ou pior que isso.

Do mesmo modo, se seu SPDA não tiver as vistorias ou manutenções preventivas, caso a edificação seja atingida por um raio ou este caísse nas proximidades, as consequências poderiam ser indesejáveis, tais como choque elétrico, queima de equipamentos ou fogo dentro da edificação. Todas essas variáveis são consideradas no início do desenvolvimento de um projeto através do gerenciamento de risco (parte 2 da norma) e deverão ser constatadas durante as inspeções periódicas prescritas na norma.

DICA: Tudo vai depender se o raio caiu diretamente na edificação (S1),nas proximidades desta (S2),diretamente nos serviços de concessão (S3) ou próximo deles (S4). As descargas S1 e S3 são as mais perigosas, pois podem provocar choque elétrico, queima dos equipamentos ou incêndio, já as descargas S2 e S4 se limitam a queima de equipamentos e suas informações, entretanto, podem haver situações em que esta perda seja inaceitável e, portanto, dependendo da edificação, se tornam tão preocupantes quanto às descargas S1 e S3.

O item 7, da NBR5419/2015 parte 3, estabelece as condições para inspeção, manutenção e documentação de um SPDA. De acordo com esta norma, existem basicamente 2 tipos de inspeção:

1. Inspeção visual semestral

Consiste basicamente em checar visualmente o projeto, analisar se está de acordo com a norma vigente, e verificar “in loco” se a instalação está de acordo com o projeto. Este tipo de inspeção deverá ser feito em todas edificações, independente do nível de proteção, e deverá ser emitido um relatório técnico, apontando as não conformidades de acordo com os seguintes itens a serem analisados:

  • Documentações, tais como gerenciamento de risco, projeto detalhado e características da qualidade do solo (em casos específicos).
  • Se as fixações dos condutores estão firmes e espaçadas a cada 1m na horizontal e 1,5m na vertical.
  • Se os condutores estão em bom estado de conservação sem formação de pilha galvânica ou ferrugem.
  • Se os cabos usados na captação, descidas e aterramento são normatizados (NBR5419 e NBR6524).
  • Se existem conexões mecânicas enterradas e enferrujadas.
  • Se as distâncias de segurança estão sendo obedecidas.
  • Se o subsistema de captação está corretamente posicionado e dimensionado, o mesmo vale para as descidas, aterramento e equipotencialização.

2. Inspeção completa

Esta inspeção deverá incluir a inspeção visual mencionada no item 1 e eventuais ensaios de continuidade elétrica nas seguintes condições:

SPDA natural

  • Testes de continuidade elétrica conforme prescrito na norma, das descidas e eletrodo de aterramento (teste inicial e teste final);
  • Equipotencializações;

SPDA não natural (Convencional)

  • No caso de descidas embutidas no reboco da fachada ou debaixo de fachada aerada;
  • Aterramentos existentes;
  • Equipotencializações;

NOTA: Para este ensaio não pode ser usado terrômetro ou alicate terrômetro, deverá ser usado miliohmímetro ou microhmímetro que gere pelo menos 1 ampere em corrente contínua.

As inspeções completas devem ser realizadas anualmente em edificações com produtos perigosos (explosivos, inflamáveis, produtos tóxicos, radioativos, ambientes industriais ou de orla marítima) ou outros tipos de produtos que possam colocar em risco vidas humanas dentro da indústria ou comunidades próximas. E a cada 3 anos nas demais edificações que não possuam os riscos acima mencionados, como por exemplo casas e edificações residenciais.

O que deve constar no Relatório de Inspeção do SPDA?

O resultado do serviço de inspeção deverá ser um relatório técnico que descreve o tipo de inspeção realizada e os respectivos ensaios, caso tenham sido necessários. Além disto, este documento também deverá apontar se a instalação está atendendo a última versão da norma. Caso a edificação esteja fora de norma, o relatório deverá RECOMENDAR a realização de um projeto de adequação do SPDA, cabendo ao cliente a decisão de adequar ou não.

DICA: Neste caso, o projeto de adequação poderá contemplar os testes de continuidade elétrica da estrutura de concreto armado para tentar realizar um sistema natural, que é muito mais acessível.

O papel do engenheiro é fazer com que o cliente tenha ciência do risco que corre, com relação a eventuais perícias, fiscalização do Ministério do Trabalho, seguradoras, certificações e principalmente com a própria segurança da edificação. Para saber mais sobre a importância das inspeções e como praticá-las, participe dos nossos cursos de SPDA+MPS. A inspeção e manutenção de todo o sistema é parte intrínseca para o funcionamento da proteção contra descargas atmosféricas.

Eng. Normando Alves
Diretor de engenharia da Termotécnica para-raios
Membro da comissão que revisa a NBR5419.

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Termotécnica Para-raios, líder nacional no setor de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Desde 1974 com produtos e soluções, incluindo fabricação, revenda de equipamentos, cursos e treinamentos SPDA.

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21 Responses to Melhores práticas nas inspeções do SPDA

  • Se for para ter um dos dois equipamentos miliohmimetro e microohmimetro para trabalhar em spda e subestação, poderia usar so o microhmímetro ou o miliohmímetro atenderia também.? E no casa de ter so um qual ser mais vantagem? Ou e necessário ter os dois.

  • Em um ensaio de continuidade das armaduras com o milíohmimetro 1A, a resistência ultrapassou a escala do aparelho e essa mesma verificação utilizando o micrôohmimetro que insta até 10A o resultado foi satisfatório, porque acontece isso?

    1. Olá Wagner,

      Quando o valor de resistência medido no aparelho ultrapassa a escala do mesmo quer dizer que ou a corrente está baixa ou que a resistência superou a capacidade de medição do mesmo (não existe continuidade elétrica, por exemplo).
      No caso do uso do miliohmimetro de 1A, o valor de corrente pode ter sido muito baixo para as condições da instalação e, ao aumentá-la, pode ser que ele consiga fazer a leitura dos valores.

      Minha recomendação é para que você sempre comece os ensaios com a corrente máxima permitida por norma, que é 10A. Se o aparelho indicar erro na leitura, provavelmente não existirá a continuidade elétrica no trecho. Recomendo também que remova a camada superficial de oxidação dos componentes, com uma lixa fina por exemplo, ela pode atuar como uma resistência adicional ao circuito, poluindo os dados medidos.

  • Para o SPDA convencional é realmente necessário o uso do miliohmimetro? A norma não fala especificamente disso.
    Apenas a inspeção visual e o teste de aterramento nao bastam?

    1. Olá Paulo,

      Para o SPDA convencional não será preciso utilizar o miliohmimetro, já que apenas as inspeções visuais dos subsistemas de captação e descida, e também o teste de aterramento, serão suficientes para detectar falhas no sistema.

      1. Tendo em vista que o tamanho dos edifícios podem variar. Supordo que seja necessário realizar um emenda no cabo para conseguir medir da cobertura até o térreo. E sabendo que cada emenda realizada no cabo aumenta sua resistência. Como é realizado este teste?

        1. Olá Isabela,

          A obrigatoriedade normativa quanto a utilização de equipamentos para medição de 4 fios (miliohmimetro e microohmimetro) é justamente para corrigir estes erros que podem surgir durante os ensaios de continuidade elétrica, especialmente quando for preciso emendar várias vezes o condutor do equipamento.

          As instruções para realização deste ensaio podem ser vistas no Anexo F da parte 3 da NBR 5419:2015.

  • Para sistema com SPDA externo (Anel enterrado e descidas aparentes),por que não posso usar o alicate terrômetro? E porque a corrtente que o equipamento injeta deve ser no mínimo 1A?

    1. Rodrigo,

      O alicate terrômetro só deve ser utilizado para aterramentos pontuais, pois eles são aparelhos normalmente construídos para realizar medições na ordem de grandeza de Ohms e a norma exige medições na ordem de grandeza dos micro Ohms.

      A exigência para essa corrente ser no mínimo 1 A é para que trechos muito longos sejam corretamente analisados pelo aparelho.

      1. Consultando a NBR 5419:2015-3, item 7.3.2, em NOTA, é informado que é desejável que faça utilização da aparelhos com esquema de 4 fios na escala micro-ohmimetros, que por sinal quase todos terrômetros possuem.

        E ainda mais, o ultimo paragrafo diz o seguinte “Não podem ser utilizados multímetros na função de ohmímetro.”

        1. Gabriel,

          O Terrômetro não possui uma escala desejável para realização desses ensaios, por isso não pode ser utilizado para tal função, pois os dados seriam valores aproximados, podendo comprometer o resultado final.

          1. Estou construindo um prédio e o engenheiro elétrico vai colocar o para raios com a aste ligada na estrutura do prédio sem ter cabos condutores isso é o certo?

          2. Ester,

            É preciso verificar como está sendo executada essa instalação. Pode ser que seja um prédio estrutural onde os captores estão sendo instalados diretamente na ferragem estrutural, o que seria correto. Mas pode ser o caso de uma instalação inadequada.

            Você pode mandar o projeto ou as fotos para o meu e-mail e eu verifico se está correto: engenharia.vendas@tel.com.br

    1. Vanete,

      A respeito das inspeções, não existe nada relacionado diretamente para materiais inflamáveis, seja no item 7 ou seja no anexo D. O que nós recomendamos é uma maior atenção e criteriosidade durante as inspeções.

      Nós consideramos como anual o tempo de inspeção para áreas classificadas, conforme descrito no item 7.3.1 letra e:

      ” e) periodicamente, realizada por profissional habilitado e capacitado a exercer esta atividade, com emissão de documentação pertinente, em intervalos determinados, assim relacionados:

      – um ano, para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.),ou ainda estruturas pertencentes a fornecedores de serviços considerados essenciais (energia, água, sinais etc.).; ”

      Embora não esteja descrito materiais inflamáveis, sabemos que esses materiais deixam a atmosfera próximas a ele explosiva e, portanto, se enquadra nesse trecho da norma.

  • Boa tarde! Nos testes de continuidade elétrica eu existem valores de resistência elétrica padrões, para serem usados como parâmetros? Pois não achei na NBR5419. Vi falar bastante sobre os SPDA estruturais, mas e no SPDA convencional, vocês tem alguns exemplos de onde injetar as correntes de ensaio?

    1. A respeito do SPDA estrutural a norma NBR 5419 nos diz o seguinte:

      – No item 4.3 ela cita: ” A resistência elétrica total obtida no ensaio final (ver Anexo F) não pode ser superior a 0,2 Ω e deve ser medida com equipamento adequado para esta finalidade. ”

      – No Anexo F ela cita: ” Todos os pilares que serão conectados ao subsistema de captação devem ser individualmente verificados, a menos que, durante a medição de edificações extensas (perímetros superiores a 200 m),e que a medição em pelo menos 50% do total de pilares a serem utilizados a resultar em valores na mesma ordem de grandeza, e que nenhum resultado seja maior que 1 Ω, o número de medições pode ser reduzido. ”

      Portanto fica entendido que a medição em todo o conjunto estrutural deverá apresentar resultados inferiores a 0,2 Ω e que, individualmente, cada pilar deverá apresentar no máximo 1 Ω de resistência.

      Com relação ao SPDA convencional a norma cita que os ensaios e valores de resistência deverão ser os mesmos descritos no Anexo F. As verificações devem ser feitas baseando-se em dois objetivos (F.1.3):

      – Verificar a continuidade elétrica entre pilares (descidas) e a fundação (aterramento);
      – Verificar todo o sistema envolvido.

      No caso do SPDA externo você pode fazer esse ensaio entre os conectores da captação/descida e o aterramento (preferencialmente no BEP) e depois fazer o ensaio completo (da captação para o aterramento).

      1. Meu caro, no laudo de SPDA sou obrigado apresentar fotos ou apenas a tabela das medições? Tendo em vista que estou emitindo ART e assinando a documentação.

        1. Olá Gabriel,

          Fica a seu critério. É uma boa prática a utilização de fotos, tendo em vista que elas vão complementar todo o texto e servem de comprovação dos resultados apresentados. Um relatório que não as contenha não poderá ser descartado ou invalidado, tendo em vista que a pessoa que o assina está assegurando os valores apresentados.

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