Dúvidas frequentes sobre SPDA e MPS – Parte 2


TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS

Seja muito bem-vindo ao nosso TELCast! No episódio de hoje, vamos responder algumas das dúvidas mais frequentes que surgem durante um projeto e instalação de SPDA e MPS.

As perguntas que aparecem neste episódio, foram extraídas do Espaço Para-raios, que é um ambiente gratuito disponibilizado no nosso site. Inclusive, convido toda a audiência do TELCast a explorar também os outros conteúdos técnicos que apresentamos por lá, em diferentes formatos, como artigos, vídeos, lives e e-books.

Em sequência ao tema de hoje, iniciamos com uma dúvida muito comum relacionada ao SPDA: existe uma proibição quanto ao uso de hastes no aterramento? A resposta é não! As hastes de alta camada podem ser utilizadas e são indicadas para complementar a quantidade de eletrodo enterrada, uma vez que o comprimento vertical equivale ao dobro do horizontal.

Além do mais, elas proporcionam uma melhor injeção das correntes do raio no solo, reduzindo um pouco a intensidade das tensões de passo e toque. É preciso apenas se atentar que, mesmo com a utilização de hastes, ainda será obrigatório a confecção da malha em anel. Por isso, é mais comum encontrá-las em sistemas onde apenas o anel externo não será suficiente para atingir a quantidade mínima de eletrodo enterrado.

E cuidado! Em casos raros, o solo pode ter uma resistividade superior em sua camada mais profunda, tornando a utilização das hastes ineficazes e até prejudiciais ao sistema. É sempre recomendável um estudo prévio antes de indicá-las.

Outra dúvida muito comum é sobre a durabilidade do sistema estrutural. Qual o tempo necessário para realizar uma manutenção neste sistema? Via de regra, os sistemas estruturais e naturais envolvidos por concreto, tendem a ter a mesma durabilidade das armaduras metálicas da edificação e, portanto, terão seu ciclo de manutenção no mesmo período. Em condições normais, estamos falando em mais de 50 anos!

Outra dúvida muito comum, especialmente, entre os novos profissionais de SPDA, é sobre a obrigatoriedade de uso dos eletrodutos nas descidas. Sejam eles metálicos ou de PVC, os eletrodutos não são obrigatórios nestes casos. Seu uso até é permitido, com o objetivo de proporcionar uma proteção mecânica aos condutores, no entanto, caso não sejam adicionados, o sistema não poderá ser invalidado.

Outro ponto importante a se ressaltar é que eletrodutos não são isolantes elétricos do sistema e, portanto, não podem ser aplicados com esta finalidade. Para proteção contra tensões de toque é preciso instalar um condutor com uma camada de pelo menos 3 mm de polietileno reticulado, testado em 100 kV na onda 1,2/50 µs, como o condutor CUI.

É comum também que, especialmente nos grandes projetos, exista uma dúvida quanto a necessidade de instalação de SPDA nos canteiros de obra. Se será preciso ou não instalá-lo, somente saberemos após fazer a análise de risco como recomendado na parte 2 da NBR 5419. No caso de obras em áreas abertas, será preciso também adicionar um sistema de detecção de tempestades, para que os trabalhadores possam se mover a locais seguros que tenham o sistema de proteção.

Por fim, uma dúvida que tem se tornado comum é como fazer o fechamento da malha em anel em uma doca de transportadoras. Antes de partir para a solução, é preciso que fique claro a obrigatoriedade do aterramento ser na forma de malha contínua, que tem por objetivo minimizar as tensões perigosas no interior da edificação. Nas transportadoras e áreas de expedição de materiais é comum que as docas avancem pouco mais de 1 m à frente do limite da edificação, com alturas também superiores a este valor. A alternativa mais viável é fazer a malha de aterramento após a doca, no nível do solo, enterrada a 50 cm de profundidade. A escolha por esse ponto não é por acaso! É que será mais fácil quebrar o piso para fazer a instalação do eletrodo. Se houverem descidas no meio da doca, estas deverão ser protegidas contra tensões de toque e passo. Vale lembrar que, o mais fácil é sempre utilizar o sistema estrutural, evitando contratempos como este.

Ao surgirem dúvidas, conte com a equipe da Termotécnica Para-raios, estamos sempre prontos para ajudá-los em seus projetos.