Como inspecionar o aterramento do SPDA

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Seja muito bem-vindo ao nosso TELCast! Eu sou Nikolas Lemos e hoje vamos falar sobre o que deve ser analisado durante uma inspeção do aterramento de SPDA.

Com a função de garantir a equipotencialização no nível do solo ao mesmo tempo em que protege os ocupantes internos de uma edificação das tensões perigosas, o subsistema de aterramento é considerado por muitos o mais importante do SPDA. Para que ele esteja sempre em condições de atender as expectativas de projeto e segurança é preciso que, regularmente, sejam realizadas inspeções em seus condutores e conectores.

No aterramento alguns componentes não são visíveis, pois estão enterrados no solo. Sendo assim, não é possível validá-lo, totalmente, apenas com a inspeção visual, como ocorre nos subsistemas de captação e descidas externas. Sua validação começa logo na análise do tipo de SPDA aplicado na estrutura, pois em um sistema com aterramento estrutural, a verificação é bem mais simples de se realizar do que em um aterramento externo. Sempre que existir um anel eletricamente contínuo ao redor da edificação e afastado a 1 m das paredes externas, ou seja, aterramento externo, podemos seguir o seguinte procedimento de inspeção:

Inicialmente, devem ser verificadas as condições de todos os conectores mecânicos que existirem neste sistema, obrigatoriamente, estes devem estar dentro das caixas de inspeção embutidas no solo. Ao detectar algum tipo de oxidação, é preciso que ocorra a imediata reposição dos componentes. Se afrouxados, basta apertar seus parafusos e porcas conforme as especificações de torque de cada conector. Essas manutenções devem ser incluídas no relatório e posteriormente repassadas ao cliente.

Assim como no nível do solo, é preciso verificar também as condições das conexões entre as descidas e o aterramento, que ficam suspensas a, normalmente, 1,5 m de altura. Os mesmos procedimentos anteriores devem ser adotados.

Por fim, é preciso realizar o ensaio de continuidade elétrica da malha de aterramento, que consiste em medir trechos e comparar as medições com valores de resistência por metro esperados. Com o auxílio de um equipamento, como o microohmimetro, injeta-se uma corrente elétrica na malha para obter sua respectiva resistência elétrica. Este valor encontrado deverá ser proporcional à resistência máxima dos condutores utilizados na instalação.

Por exemplo, o cabo de cobre nu de 50 mm² possui uma resistência elétrica máxima de 0,375 ohm por km a 20ºC. Suponha que seja preciso ensaiar uma gigantesca malha de 1 km de extensão. Após conectar o equipamento e injetar a corrente, o leitor deverá apresentar um valor próximo de 0,375 ohm. Este valor é referente à resistência total encontrada no trecho e, como o objetivo é compará-lo com a respectiva resistência do condutor, deverá ser dividido pelo comprimento do trecho ensaiado, que no caso era exatamente 1 km de malha.

Quando o valor final calculado é muito inferior à resistência dos condutores, a causa pode ser muitos outros caminhos de baixa impedância conectados à malha, como tubulações e outros elementos metálicos, que encurtam o caminho para a corrente de ensaio. Esta não é uma condição prejudicial ao sistema, mas outros pontos deverão ser ensaiados para tornar o resultado mais preciso e confiável.

Em contrapartida, quando o valor apresentado for muito superior à resistência máxima dos condutores algumas condições adversas podem estar ocorrendo, como conexões e condutores frouxos, oxidados ou corrompidos. Neste caso, será preciso repará-los o mais breve possível, pois comprometem a segurança do sistema.

Outra causa para esse problema pode ser a corrente do equipamento percorrendo um outro caminho muito longo, superior ao aplicado nos cálculos. Esta condição é bastante comum e implica na necessidade de repetir o ensaio.

Uma grande dica para agilizar o processo e minimizar os erros é a execução deste ensaio em pequenos trechos, como entre as descidas do sistema. Desta forma, no caso de detectar algum rompimento ou conexão frouxa, a distância para escavar e resolver o problema será menor, o que gera uma economia ao cliente na hora de executar a manutenção.

Para aterramentos estruturais, os ensaios a serem realizados são os mesmos especificados no anexo F. No caso de edificação já pronta, basta solicitar ao responsável o laudo do ensaio de continuidade elétrica, a simples análise deste relatório é suficiente para validar o sistema aplicado.

Caso o laudo não exista ou tenha sido perdido, é recomendável que este ensaio seja executado novamente, como forma de garantia da segurança e eficiência do sistema. Na dúvida, consulte a equipe técnica da Termotécnica Para-raios.