Proteção contra raios em áreas abertas

TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS

No podcast de hoje, falaremos sobre a proteção contra descargas atmosféricas em áreas abertas, eu sou Nikolas Lemos e seja muito bem-vindo.

Áreas abertas são aqueles locais, sem edificações próximas, que estão sujeitas a movimentação de pessoas e animais e/ou possuem equipamentos sensíveis aos danos causados pelas descargas atmosféricas e que necessitam de proteção.

Campos de futebol, pastos, estacionamentos, praias, minas a céu aberto, locais de shows e esportes ao vivo e clubes recreativos, são alguns dos exemplos considerados como áreas abertas. É possível fazer a proteção dos equipamentos e ocupantes dessas áreas que estão expostos aos efeitos das descargas atmosféricas?

A NBR 5419, apresenta soluções para as instalações internas (MPS) e externas (SPDA), mas sem o foco em áreas abertas. A proteção das pessoas e animais nestes locais, somente é possível por meio de alertas e evacuações das áreas, através da utilização de detectores de tempestades, que sejam construídos e dimensionados conforme a NBR 16785/2019. O plano de evacuação pode ainda combinar o uso destes equipamentos com alertas sonoros, visuais ou mensagens de texto, para aumentar a efetividade da proteção. Esses detectores irão nos alertar quando uma tempestade com risco de descargas atmosféricas está para se iniciar, garantindo o tempo para realizar a evacuação dos ocupantes para um local seguro que possua o SPDA. Nesses locais, os riscos para os seres vivos são considerados toleráveis pela NBR 5419/2015.

Ainda não existe no mercado um captor do SPDA que seja capaz de proteger pessoas expostas em áreas abertas, que tenha riscos toleráveis de falhas e aprovações por normas nacionais e/ou internacionais. É importante lembrar que seres vivos em áreas abertas estão expostos aos riscos de descargas diretas e efeitos indiretos do raio como: Tensão de passo, tensão de toque, descargas laterais, etc. Apenas evitar que o raio atinja diretamente os ocupantes não é garantia da proteção dos mesmos. Por esses motivos a proteção em áreas abertas, via SPDA, não é eficiente.

Já a proteção dos equipamentos e estruturas situados em áreas abertas seguem os mesmos conceitos e parâmetros usuais da norma 5419, ou seja, em tese temos de ter os mesmos sistemas de captação, descidas, aterramentos, ligações equipotenciais e proteções contra surtos. Você pode por exemplo fazer essas proteções contra o impacto direto do raio de forma facilitada, através do uso de postes metálicos. Se esses postes forem instalados a uma distância de segurança ‘s’ superior ao calculado em projeto e seu volume de proteção contemplar as estruturas, estaremos protegidos contra os impactos diretos do raio. Será necessária apenas a adoção de medidas de proteção contra surtos (as MPS’s) para a proteção dos equipamentos eletrônicos internos. Grandes estruturas e instalações podem ter parte de sua estrutura como componente natural do SPDA, basta apenas que elas atendam o que está definido na NBR 5419-3/2015.

No geral, desconfie sempre de soluções milagrosas e que não sejam respaldadas por uma norma da ABNT, na dúvida, procure por profissionais capacitados e com embasamento nas normas vigentes. Fique ligado em nosso canal TELCast para ouvir outras dicas como essa!