Conceitos básicos de áreas classificadas

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Seja muito bem-vindo ao nosso TELCast! Eu sou Nikolas Lemos e hoje falaremos sobre os conceitos básicos do SPDA em áreas classificadas.

Antes de começarmos é importante salientar que, devido às particularidades de cada local, é fundamental que esse tipo de projeto de SPDA seja feito por um profissional experiente, com bom conhecimento das condições da instalação e do anexo D da parte 3 da NBR 5419.

As áreas classificadas são locais onde existe uma atmosfera, permanente ou temporária, sujeita a condições de elevação de temperatura e concentração de gases. É por isso que, para evitar incêndios ou explosões, devem ser tomadas medidas especiais de proteção. Sua classificação se dá por zonas, que variam conforme o tipo de composto presente no ar e sua duração.

As zonas 0, 1 e 2 são compostas por misturas de ar com substâncias inflamáveis na forma de vapores, gases ou névoas, como a atmosfera encontrada em tanques de combustível, por exemplo. Já as zonas 20, 21 e 22, são compostas por misturas de ar com sólidos combustíveis em suspensão. Um exemplo de locais com essas zonas são as áreas de armazenamento de explosivos.

Quanto à duração, as zonas 0 e 20 referem-se a locais onde a atmosfera explosiva será permanente ou presente por longos períodos, como por exemplo no interior de um paiol de explosivos. As zonas 1 e 21 são os locais com possibilidade de ocorrer uma atmosfera explosiva em condições normais de operação, como por exemplo nas proximidades do bico de uma bomba de combustível em operação.

E finalmente, as zonas 2 e 22 referem-se a locais que possuem baixa probabilidade de ocorrer uma atmosfera explosiva, mas que podem ser afetadas caso essa atmosfera ocorra por uma curta duração. Um bom exemplo disso são os locais mais afastados de áreas de abastecimento, que somente terão uma atmosfera explosiva no caso de um derramamento ou grande vazamento. Dentre essas zonas, as de número 1 e 21 são, normalmente, as mais perigosas, já que possuem uma boa proporção entre ar e combustível e, consequentemente, precisam de uma pequena centelha para causar uma explosão.

De modo geral, embora seja de responsabilidade do projetista considerar essas informações em projeto, cabe ao proprietário do local fornecê-las através do mapa de riscos. Em posse dessas informações, o projetista deverá dimensionar um SPDA em que os subsistemas de captação e descida estejam afastados pelo menos 1 metro de qualquer uma destas zonas.

O ideal é optar por um sistema do tipo isolado, em que os captores e condutores de descidas não tenham contato elétrico com as demais estruturas ou estejam afastados, respeitando a distância de segurança ‘s’, em qualquer ponto da instalação. Na impossibilidade dessa opção, será preciso dimensionar os sistemas de tal maneira que a condução da corrente do raio não seja capaz de gerar elevações de temperatura superiores à temperatura mínima de ignição do local. Se a escolha, por exemplo, for por componentes naturais, seus valores de espessura deverão prevenir pontos quentes ou de ignição, conforme tabela 3 da parte 3 da NBR 5419.

O subsistema de aterramento é bem mais simples de ser dimensionado, já que segue os mesmos princípios adotados em áreas não classificadas, ou seja, condutor enterrado sob a forma de anel contínuo. Sempre que a distância de segurança ‘s’, calculada obrigatoriamente considerando o coeficiente de divisão da corrente do raio igual a 1, não for respeitada, deverão ser realizadas ligações equipotenciais. Estas, deverão prever a utilização de componentes à prova de centelhamentos, como por exemplo os centelhadores de isolação.

As únicas exceções desta regra são as zonas 0 e 20, já que nenhum valor de distância de segurança ‘s’ pode ser considerado. Nesses casos, é obrigatório a interligação de todos os componentes metálicos através de conectores apropriados.

Algumas situações específicas, como postos de combustíveis ou tanques de armazenamento de inflamáveis, são exemplificadas no anexo D e devem ser consultadas antes da execução do projeto.

Além destas medidas, podem ser necessárias outras adicionais em função da complexidade da instalação. Em caso de dúvidas, a equipe técnica da Termotécnica Para-raios estará sempre à disposição.