Procedimentos de retirada do para-raios radioativo

TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS

Seja muito bem-vindo ao nosso TELCast! Eu sou Nikolas Lemos e hoje vamos falar um pouco mais sobre os para-raios radioativos e como os remover com segurança de uma edificação.

Por volta da década de 70, surgiram no Brasil os famosos para-raios radioativos, que tinham como promessa garantir um volume de proteção muito superior aos sistemas convencionais, por meio da ionização artificial da atmosfera ao seu redor. Um conceito muito parecido com os para-raios do tipo ESE que existem no mercado. A diferença é que esses modelos que surgiram recentemente não fazem uso de elementos radioativos, como o rádio 226 e o amerício 241.

Entretanto, assim como os ESE, a eficácia deste tipo de captor não foi cientificamente comprovada ao longo dos anos e, especialmente para os radioativos, os riscos à segurança das pessoas são ainda mais altos. Para se ter uma ideia, bastaria ficar 5 minutos a uma distância de 1 metro de um para-raios fabricado com rádio 226 para receber o equivalente a uma dose anual máxima de radiação suportada pelo corpo humano. E mesmo após muito tempo, estes para-raios ainda continuam oferecendo riscos à saúde, já que o amerício 241 leva até 433 anos para que seus níveis de radiação decaiam pela metade.

Por essa razão, no ano de 1989, esses captores tiveram sua fabricação e instalação proibida no Brasil pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, também conhecida por CNEN. Para os dispositivos que já haviam sido instalados, coube aos órgãos reguladores de cada município a definição de quando deveriam exigir a sua remoção. E muitos deixaram este encargo a critério dos proprietários das construções. Esta é uma das grandes razões que justificam o fato de ainda vermos estes captores instalados nos topos de prédios e galpões antigos.

O mais importante é que não é preciso criar pânico caso você visite, trabalhe ou more em alguma estrutura que ainda possua captores radioativos, visto que sua radiação é de baixa energia em longas distâncias. Entretanto, é fundamental solicitar ao proprietário ou responsável pela edificação que remova este dispositivo, entregue-o à CNEN mais próxima e adote um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, conforme as recomendações da NBR 5419.

Para fazer esta remoção é bem simples, basta que o responsável utilize luvas de proteção de borracha comum ou cirúrgicas, que podem ser compradas até mesmo em farmácias, e possua um saco plástico de lixo para cada captor que será removido.

A desmontagem deve ser realizada na ponta, colocando-a diretamente no saco plástico. É importante ressaltar que as luvas também devem ser descartadas neste recipiente assim que forem utilizadas no procedimento.
Este saco plástico deverá ser fechado com fita adesiva e colocado em uma lata metálica de pelo menos 40 litros de volume, previamente, preenchida com retalhos de papel amassado, como jornais e revistas velhas.

Após cobrir o saco plástico com os retalhos, deverá ser colocada uma etiqueta com o símbolo universal de radiação, de modo que seja visível em caso de uma violação da embalagem, e, em seguida, a lata deverá ser fechada. É extremamente importante que o responsável por essa remoção higienize as mãos com água e sabão após este procedimento e que cada lata contenha apenas uma unidade de para-raio radioativo.

Depois de lacrada, a lata deverá ser enviada ao CNEN juntamente à documentação necessária para o transporte, que pode ser obtida diretamente no site dessa comissão ou em institutos de pesquisa nuclear.
Além disso, é preciso informar com até um dia de antecedência a data de entrega do material para que ocorra uma preparação para recepção e descarte adequado.
O transporte dos para-raios radioativos deverá ser feito no compartimento de carga ou no
porta-malas, enquanto que o envelope contendo a documentação deve ser levado pelo motorista do veículo.

Ao persistirem dúvidas sobre este tema não hesite em entrar em contato com a equipe técnica da Termotécnica Para-raios.