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Cabos de cobre nu, em conformidade com as normas NBR 6524 e NBR 5419/2015

Os cabos de cobre nu, utilizados no sistema de proteção contra descargas atmosféricas – SPDA, vêm sofrendo constantes variações de utilização no mercado. Tais adaptações se referem a estrutura de sua fabricação, o que prejudica a sua eficácia, e em casos extremos, como descargas, choques e corrosão, provocando notáveis acidentes.

No mercado estão disponíveis diversos tipos de cabos de cobre nu, nas mais variadas composições e configurações, que levam em consideração apenas o fator preço, excluindo a qualidade e segurança.

É importante observar a seção transversal e verificar se o cabo possui formação de sete fios, conforme a NBR 6524. Geralmente, os cabos de cobre nu de 35mm² e 50mm², possuem 2,5mm e 3,00mm de diâmetro em cada fio, respectivamente. Para se certificar quanto a esta e outras seções dos cabos de cobre nu, vide parte 3 da norma da ABNT NBR5419/2015.

Conformidade dos Cabos de Cobre nu

Diante destas informações, o uso dos chamados cabos de cobre “comerciais” não é recomendado. Estes tipos de cabos, utilizam para o isolamento, materiais como PVC, com maior espessura, afim de compensar o diâmetro final do fio ou cabo com menor quantidade de cobre, além de possuir outras composições em sua estrutura, não garantindo assim a sua alta capacidade de resistência e condutividade elétrica. O mais comum é que esses condutores sejam fornecidos com 19 fios, e a seção total dos fios seja muito inferior à seção (cabos desbitolados) mencionada no projeto. O mesmo ocorre com outras bitolas. É essencial conferir o material na obra antes de executar os serviços.

RISCOS E PREJUÍZOS

Revendas e DistribuidorasÀs Revendas e Distribuidoras
– Apreensão do estoque pela fiscalização do INMETRO e/ou IPEMs;
– Perda de credibilidade no mercado por vender produto “não conforme”;
– Penalidades jurídicas e legais, por comercializar produto “não conforme”.

Instaladoras e ConstrutorasÀs Instaladoras e Construtoras
– Cliente insatisfeito e em risco devido aos problemas da Instalação Elétrica;
– Custo pela troca do produto e reinstalação por outro que atenda as normas;
– Penalidades jurídicas e legais, por instalar produto “não conforme”.

Consumidores FinaisAos Consumidores Finais
– Instalações elétricas com risco de curto-circuito ou até incêndios;
– Perda de patrimônio e risco de vida;
– Baixa resistência mecânica, comprovada deficiência na condutividade elétrica e aquecimento dos condutores, causado pela quantidade menor de cobre.

Via de regra, sempre dê preferência para materiais que estão em conformidade.
O barato, pode sair caro!

40 comentários em “Cabos de cobre nu, em conformidade com as normas NBR 6524 e NBR 5419/2015

  1. Boa tarde!
    Excelente.:
    Após vistoria de uma execução de aterramento concluída de um edifício em Maringa-PR, constatado o emprego de cabo comercial, foi solicitado a substituição, o custo do serviço, foi o dobro!

  2. Olá sr. Nikolas, me informe por favor, em qual local da nbr 5419 está descrito a necessidade de um cabo para aterramento com 7 fios e de 50mm² para ser enterrado?

    1. Prezado Paulo.. de uma lida na página 21 e 22 da NBR 5419:2015 caderno 3

      Tabela 6 – Material, configuração e área de seção mínima dos condutores de captação, hastes
      captoras e condutores de descidas – Cobre – Encordoado- 35mm- Diâmetro de cada fio da cordoalha 2,5mm²

      Tabela 7 – Material, configuração e dimensões mínimas de eletrodo de aterramento: Cobre, Encordoado, 50mm² – Diâmetro de cada fio cordoalha 3 mm

    2. Olá Paulo Dias,

      Como respondido pelo colega Alexandre Moreira Dias, estas informações podem ser acessadas na parte 3 da NBR 5419, tabelas 6 e 7.

      Estas não dizem explicitamente a necessidade de um condutor 7 fios, porém citam o diâmetro mínimo de cada fio da cordoalha e, por associação, 7 será o menor número de fios que atenderá os quesitos de seção mínima e diâmetro de fio.

  3. b) É possível conectar este cabo com uma solda exotérmica na cabeça das estacas e deixar um rabicho para dar seguimento na área do térreo e cobertura?

    1. Olá Alessandro,

      É possível realizar soldas exotérmicas entre os vergalhões das estacas e o cabo de cobre nu, porém você ainda precisará deixar um ponto de desconexão para as descidas, que pode ser um conector suspenso simples.

      Particularmente não recomendaria essa medida pois se tiver qualquer problema nesta cordoalha (furto ou oxidação, por exemplo) terá de escarificar o concreto para realizar uma nova conexão, expondo as ferragens estruturais a riscos de corrosão.

      Sempre recomendo a utilização de conectores Aterrinsert + Conector estanhado com pino TEL-630 entre as ferragens da fundação e os elementos externos da malha de terra, protegendo as ferragens internas, facilitando a realização dos ensaios obrigatórios de continuidade elétrica e também proporcionando um ponto de desconexão da descida com o aterramento.

    1. Olá Alessandro,

      A NBR 5419-3 cita na tabela 5 a impossibilidade de utilizar cordoalhas de cobre nu dentro do concreto armado, devido a corrosão (pilha galvânica) que ocorrerá entre este e o aço. Caso queira substituir a rebar pelo cobre, a malha deverá ser externa as edificações, afastada a 1 m de distância das paredes externas e enterrada a 50 cm de profundidade.

      Do ponto de vista financeiro, não é rentável fazer esta substituição, visto que o rebar na fundação proporciona uma redução de custos de até 40% em relação a malha de cobre externa, sem contar uma maior durabilidade do aterramento estrutural (rebar na fundação) e também a não incidência de roubo do mesmo.

    1. Olá Adelson,

      Você pode avaliar os seguintes itens abaixo para definir a condição de uso de um condutor:

      – Diâmetro externo ou área de seção transversal, que deverá ser compatível com o especificado pelas normativas vigentes;
      – Diâmetro de cada fio (no caso de cordoalhas), que também deverá ser compatível com o especificado pelas normativas vigentes;
      – Continuidade elétrica, que pode ser vista visualmente no caso de condutores expostos ou por meio da comparação entre a resistência do condutor no trecho com a resistência esperada para o mesmo, no caso de condutores não visíveis (enterrados ou embutidos).
      – Aspecto visual, onde você pode analisar se o condutor apresenta pontos de oxidação ou corrosão. Em determinadas situações, você pode utilizar um medidor de camadas para aferir se o acabamento ainda está em condições de uso.

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